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Polícia do Irã diz que não usou força letal em protestos

Mesmo que haja relato de munição real contra manifestantes, autoridades falam em 'comedimento' na dispersão dos manifestantes

Por Da Redação
13 jan 2020, 10h12

Após o Irã admitir que foi o responsável pela queda de um avião civil com 176 pessoas a bordo, milhares de manifestantes foram às ruas do país para protestar contra o governo. A polícia diz ter recebido ordens de não atirar contra os manifestantes, mas há relatos de que tiros foram disparados para dispersa-los.

Em vídeos publicados na internet, manifestantes pediam a renúncia do Líder Supremo, aiatolá Ali Khamenei, e o chamavam de mentiroso. Outros vídeos mostravam pessoas rasgando imagens do general Qasem Soleimani, morto após uma operação dos Estados Unidos que tinha o intuito de elimina-lo. Em uma universidade, os manifestantes se recusaram a pisar sobre a bandeira americana e a de Israel.

Em um comunicado, Hossein Rahimi, chefe de polícia de Teerã, disse que “nos protestos, a polícia não atirou de forma nenhuma, porque os policiais da capital foram ordenados a mostrar comedimento”. Além da capital, as cidades de Shiraz, Esfahan, Hamedan e Orumiyeh também tiveram manifestações.

Mas a revolta que se formou na opinião pública iraniana, poucos dias após do funeral de Soleimani ter atraído milhares de pessoas às ruas, veio após o governo negar, via porta-vozes e ministros, a culpa pela queda do avião que matou todos a bordo nos arredores de Teerã.

A admissão da culpa ocorreu somente três dias após o abate. Neste meio termo, somente os governos do Canadá e do Reino Unido (que possuíam nacionais dentro do voo) mudaram de opinião quanto ao motivo da queda. Já a Ucrânia foi o único país que esperou uma posição iraniana e tratando o assunto com precaução.

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Enquanto as tensões entre estados Unidos e Irã estarem diminuindo após uma semana de iminência de guerra, Teerã enfrenta as tensões sociais se elevando dentro de seu território. Em menos de três meses, a população foi às ruas para protestar contra o governo.

Em novembro de 2019, as ruas foram tomadas em protesto contra um novo pacote econômico elaborado pelo governo que tinha o objetivo de contornar a crise gerada pelas sanções dos Estados Unidos principalmente no setor do petróleo. Na época, centenas foram mortos e outros milhares ficaram feridos.

(Com Reuters)

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