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Polícia venezuelana prende ex-deputado e opositor do regime Freddy Superlano

Líder do partido Vontade Popular, que participou da campanha eleitoral contra Nicolás Maduro, foi detido em sua casa

Por Da Redação
Atualizado em 30 jul 2024, 15h56 - Publicado em 30 jul 2024, 12h32

O líder do partido de oposição Vontade Popular (VP), Freddy Superlano, foi detido nesta terça-feira, 30, pelos serviços de inteligência do regime de Nicolás Maduro. Os agentes invadiram sua casa em Caracas, mostrou um vídeo publicado na conta do X, antigo Twitter, do ex-deputado. O episódio ocorreu em meio à contestação dos resultados eleitorais, que deram vitória ao presidente bolivariano na segunda-feira, pela oposição e por grande parte da comunidade internacional.

“Devemos denunciar responsavelmente ao país que há poucos minutos foi sequestrado o nosso coordenador político nacional, Freddy Superlano”, anunciou no X o partido VP.

Superlano foi ativamente incorporado ao comando de campanha de Edmundo González, candidato que substituiu a vencedora das primárias da oposição, María Corina Machado, inabilitada pelo regime chavista por supostas irregularidades financeiras, nunca comprovadas.

Enquanto o prendiam, os vizinhos gritavam das janelas para os policiais: “Assassinos, ladrões”. Dois outros líderes da oposição também foram detidos, segundo o jornal espanhol El País. No vídeo também é possível ver o político se desfazendo de seu celular ao ser levado por agentes da Inteligência Bolivariana.

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O regime chavista alertou que haveria detenções como essa, em meio a protestos generalizados no país rejeitando os resultados das eleições presidenciais. O Ministério Público acusou os líderes exilados do partido Vontade Popular, Lester Toledo e Leopoldo López, que fugiram da Venezuela, de terem hackeado o sistema informático do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) durante a transmissão dos dados das urnas.

A perseguição à oposição intensificou-se neste ano, em que mais de 130 líderes e ativistas foram detidos. Nas horas anteriores e posteriores às eleições, as tensões entre opositores aumentaram – e a repressão também. Há pelo menos quatro mortos, mais de 30 feridos (muitos deles baleados), e 50 pessoas detidas no âmbito das manifestações de segunda-feira em todo o país.

O mundo segue em alerta depois que a líder oposicionista, em declaração à imprensa ao lado do principal candidato da oposição, Edmundo González, chamou os protestos de “expressões legítimas frente a um regime ilegítimo” e convocou todos os venezuelanos do país a uma manifestação nesta terça-feira, 30, entre 11h e 12h locais (12h e 13h em Brasília). Em paralelo, o regime também chamou uma marcha em direção ao Palácio de Miraflores, a residência presidencial oficial, “para defender a paz”.

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Embaixada argentina

Membros da oposição também denunciaram uma tentativa de ataque à embaixada argentina em Caracas na noite de segunda-feira, onde estão abrigadas seis pessoas do comando de campanha de González, para evitarem ser presas pelo regime. Isso ocorreu depois de a Argentina rejeitar oficialmente a vitória de Maduro nas eleições, acusando o chavismo de fraude, e de o governo venezuelano expulsar o embaixador argentino do país.

Nesta terça, a campanha comunicou que a eletricidade do local foi cortada, impedindo o acesso à internet do complexo diplomático.

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