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Policiais se disfarçam de corredoras para flagrar casos de assédio na Inglaterra

Agentes, todas mulheres que se voluntariaram, foram enviadas para correr em espaços públicos no horário de pico, quando violência se torna mais frequente

Por Paula Freitas Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 13 ago 2025, 09h54

Policiais de Surrey, na Inglaterra, se disfarçaram de corredoras para flagrar homens que cometiam assédio contra mulheres enquanto elas se exercitavam, informou o jornal britânico The Guardian nesta quarta-feira, 13. As agentes, todas mulheres que se voluntariaram, foram enviadas para correr em espaços públicos no horário de pico, quando o assédio se torna ainda mais frequente. Ao final, a operação piloto prendeu 18 homens por crimes como assédio, agressão sexual e roubo.

“Esse comportamento é o prenúncio de algo mais sério, ou é ignorância e pode ser corrigido. É aí que entram as nossas intervenções: para impedir potenciais reincidentes ou ajudar as pessoas a entender que o que estão fazendo não é aceitável”, disse a policial Abby Hayward, que atuou disfarçada, ao The Guardian

A iniciativa revelou que quase metade das corredoras em uma área do condado não denunciaram o assédio à polícia. A campanha, que foi desenvolvida após policiais à paisana irem a bares, clubes e centros urbanos à noite para detectar comportamento predatório e assediador, se estendeu por um mês. Agentes femininas, em roupas esportivas, foram enviadas a áreas identificadas como pontos de assédio. Elas foram acompanhadas por unidades especializadas que estavam instaladas perto dos locais para caso fosse necessário algum tipo de intervenção.

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Violência ‘cotidiana’

Em paralelo, policiais uniformizados também atuam em grupos comunitários para compartilhar informações sobre o trabalho da polícia de Surrey no combate à violência contra mulheres e meninas. O inspetor Jon Vale, líder de espaços seguros para violência contra mulheres e meninas em Surrey, afirmou à rádio britânica LBC que a operação tinha como finalidade fazer com que homens a entendam a gravidade do ato e a mudem seus comportamentos.

“Um dos nossos policiais buzinou em 10 minutos, e outro veículo diminuiu a velocidade, buzinando e fazendo gestos apenas 30 segundos depois — isso é tão frequente”, lamentou ele, acrescentando: “Alguém que diminui o ritmo, encara, grita, mesmo que nem sempre seja criminoso, pode ter um enorme impacto no dia a dia das pessoas e impedir as mulheres de fazer algo tão simples como correr. Temos que nos perguntar: ‘Essa pessoa vai piorar a situação? Ela é uma agressora sexual?’ Queremos gerenciar esse risco o quanto antes.”

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Em comunicado, Vale afirmou que a operação forneceu “educação sobre comportamento antissocial”. Nos casos de reincidência ou comportamento “mais grave”, ele disse que buscará “com firmeza todas as soluções da justiça criminal”. O inspetor reconheceu, ainda, que “esta é uma preocupação significativa para mulheres e meninas” e prometeu continuar a “patrulhar as rotas de corrida”.

Um estudo do ano passado da Universidade de Manchester revelou que mais de dois terços das mulheres entrevistadas no noroeste da Inglaterra sofreram assédio enquanto corriam. Entre as formas de violência, estavam ameaças, agressão verbal e objetos lançados contra elas. As participantes relataram que não denunciam mais abusos à polícia, já que tinham se tornado uma “ocorrência cotidiana”.

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