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Polônia ameaça virar “todos os nossos canhões” contra a UE

Em disputa sobre Estado de direito, partido no poder da Polônia sugere que poderia destituir Ursula von der Leyen, líder da Comissão Europeia

Por Da Redação
9 ago 2022, 10h10
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  • O governo nacional-conservador da Polônia endureceu sua retórica em relação ao impasse com Bruxelas, ameaçando nesta terça-feira, 9, voltar “todos os nossos canhões” contra a Comissão Europeia e, se necessário, construir uma coalizão para destituir sua presidente, Ursula von der Leyen.

    Se a Comissão Europeia “tentar nos empurrar contra a parede, não teremos escolha a não ser sacar todas as armas do nosso arsenal” e responder “olho por olho”, disse Krzysztof Sobolewski, secretário-geral do Partido Lei e Justiça (PiS).

    Varsóvia está envolvida há meses em uma disputa com o órgão executivo da União Europeia sobre a liberação de fundos que o bloco criou para repassar aos seus membros, como ajuda na recuperação da pandemia.

    Bruxelas exigiu que a Polônia cumpra uma série de “marcos” do estado de direito para desbloquear os empréstimos. O governo polonês, cujo desmantelamento do poder judiciário foi amplamente visto como uma violação dos padrões da União Europeia, finalmente atendeu a algumas demandas do bloco e fechou no mês passado uma controversa “câmara disciplinar” para juízes.

    No entanto, a Comissão Europeia foi bombardeada por advertências de que essa câmara disciplinar seria simplesmente substituída por um novo órgão igualmente controverso. A líder Ursula von der Leyen anunciou que a Polônia ainda não havia feito progresso suficiente para justificar a liberação de uma primeira parcela de fundos.

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    Na sua fala sobre os “canhões”, Sobolewski disse que, se a comissão não liberasse os 35 bilhões de euros em fundos de ajuda à pandemia, Varsóvia entraria com uma ação legal contra Bruxelas, vetaria iniciativas da União Europeia e montaria uma aliança para demitir von der Leyen e seus comissários.

    A ameaça veio depois que Jarosław Kaczyński, que renunciou ao cargo de vice-primeiro-ministro em junho, mas continua na presidência do PiS e é o líder de fato da Polônia, disse em uma entrevista que Varsóvia “não tinha motivos para cumprir suas obrigações” com o bloco.

    “Mostramos a máxima boa vontade, mas [nossas] concessões não renderam nada”, disse Kaczyński, insistindo que a Polônia respeitou seu lado do acordo para reverter algumas de suas controversas reformas judiciais em troca dos fundos da União Europeia.

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    + Biden visita a Polônia, um aliado importante e complicado

    Kaczyński disse que o governo não tomará mais medidas para cumprir os requisitos da comissão, acusando Bruxelas de querer “desmantelar o estado de direito na Polônia” e forçá-lo “à submissão total à Alemanha”.

    A Polônia “não se encaixa nos planos germano-russos de governar a Europa”, disse Kaczyński, alegando que a oposição polonesa estava conspirando com Bruxelas e outras potências estrangeiras “para tentar tirar nossa liberdade, nossa soberania e nos roubar”.

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    Pesquisas mostram que a grande maioria dos eleitores poloneses prefere permanecer no bloco de 27 membros. Mas os líderes da oposição alertaram que a postura cada vez mais agressiva do PiS acabaria levando o país a ser expulso da União Europeia.

    “Ninguém levará a sério um homem que, em vez de grandes fundos, prefere dar aos poloneses a pobreza, a ilegalidade, a destruição da independência judicial e … #Polexit”, tuitou Grzegorz Schetyna, da oposição Civic Platform, fazendo referência ao Brexit inglês. “Símbolo de loucura e declínio”, completou.

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