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Pompeo afirma que EUA não podem liderar negociação de paz com talibãs

Em sua primeira viagem ao Afeganistão, o secretário de Estado afirma que o processo de paz deve ser conduzido pelos próprios afegãos

Por EFE
Atualizado em 9 jul 2018, 22h50 - Publicado em 9 jul 2018, 22h49

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, afirmou nesta segunda-feira durante uma visita surpresa a Cabul que seu país não pode se sentar para negociar com os talibãs para resolver o conflito de fora e que o processo de paz deve ser liderado pelos afegãos.

“Não podemos dirigir as negociações de paz, não podemos resolvê-lo de fora, isso será resolvido pelo povo afegão”, afirmou Pompeo durante uma entrevista coletiva na capital do Afeganistão, em sua primeira visita oficial como secretário de Estado.

Acompanhado do presidente afegão, Ashraf Ghani, Pompeo destacou que os Estados Unidos estão preparados para participar do processo de paz, porém sendo dirigido pelos afegãos, e para ajudar o governo afegão e os talibãs a “resolverem as diferenças”.

“O processo de paz será dirigido pelos afegãos” e os talibãs só poderão se unir a ele se “renunciarem” ao terrorismo e abandonarem seus vínculos com organizações extremistas como a Al Qaeda, acrescentou.

Pompeo ressaltou que a nova estratégia para o Afeganistão apresentada pelo presidente americano, Donald Trump, em agosto do ano passado, enviou “uma mensagem clara” aos insurgentes de que não podem ganhar no campo de batalha.

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“Muitos talibãs” se deram conta agora de que não poderão obter uma vitória militar, disse o secretário de Estado, em referência à nova política de Trump, que inclui o aumento de tropas até atingirem 14.000 soldados – 3.000 a mais –, e uma postura dura em relação ao Paquistão, a quem acusa de dar cobertura a terroristas em seu território.

Pompeo pediu aos países vizinhos que apoiem o processo de paz no Afeganistão e as próximas eleições parlamentares, previstas para 20 de outubro.

Durante a entrevista coletiva, Ghani afirmou que a “absoluta maioria” dos afegãos acredita que é necessário estabelecer a paz no país, mas o “processo de paz é muito complicado” e precisará de “esforços extraordinários, paciência e coragem”.

A guerra do Afeganistão é a mais longa da história dos Estados Unidos, no meio de uma intensificação da violência após o final da missão da Otan em 2015, que só continua no país em tarefas de treinamento e capacitação das forças afegãs.

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