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Pompeo afirma que Trump “pode ser” enviado de Deus para salvar Israel

Presidente americano não se comporta como religioso, mas seu secretário de Estado o compara à rainha Ester, que ajudou os judeus contra os persas

Por Da Redação
22 mar 2019, 18h41

Durante visita a Jerusalém, nesta sexta-feira, 22, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, disse que é “possível” o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ser um “enviado de Deus para salvar Israel das ameaças do Irã“.

Em entrevista à Christian Broadcasting Network, canal de televisão cristão, Pompeo afirmou que sua fé o fazia crer nessa hipótese. Em referência à situação política israelense, ele também elogiou os esforços do governo americano “para garantir que esta democracia no Oriente Médio, este Estado judeu, permaneça forte.”

A declaração de Pompeo se dá a poucos dias da visita a Washington do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, na segunda-feira, 25. Netanyahu tem sua continuidade no poder ameaçada pelas eleições parlamentares de  9 de abril. Ele responde a vários processo por corrupção

A quinta-feira 21 foi dia de comemorações em Israel. Os judeus celebraram o Purim, feriado pela libertação bíblica de seu povo do domínio persa. Segundo o livro sagrado, a heroína desse resgate foi a rainha Ester que, por meio de uma concessão do persa Xerxes, permitiu que os judeus se defendessem do genocídio religioso autorizado pelo rei.

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Inspirado pela celebração, o entrevistador perguntou a Pompeo se ele acreditava que “o presidente Trump seria agora, assim como a rainha Ester, alguém designado para ajudar a salvar o povo judeu do perigo iraniano.” O povo persa deu origem ao que é hoje o Estado do Irã, que carrega sua cultura, conflitante com a da Israel.

“Como um cristão, eu certamente acredito que isso é possível”, respondeu o secretário de Estado, um ex-senador pelo estado do Kansas e ex-diretor da Agência Central de Inteligência (CIA). “Confio que Deus está trabalhando aqui”, acrescentou.

Pompeo ainda causou outra controvérsia durante sua viagem ao Oriente Médio quando convocou uma entrevista coletiva em que apenas os membros “religiosos” da imprensa foram bem-vindos.

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Ele não é o primeiro funcionário da equipe de Trump a sugerir que a vontade divina está por trás das ações de Trump. Em janeiro, a porta-voz da Casa Branca, Sarah Huckabee Sanders, declarou a uma rede de televisão religiosa que Deus “quis que Donald Trump se tornasse presidente.”

O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, e o ex-secretário de Justiça americano, Jeff Sessions, também se valeram de versos da Bíblia em pronunciamentos oficiais. O governo de Trump é o  primeiro em 100 anos a ter um grupo de estudos bíblicos formado por seu gabinete. Pompeo é um dos membros dessa associação. Trump, porém, jamais se portou como uma pessoa religiosa.

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Sanções contra o Irã

Desde que se tornou presidente, Trump tem adotado uma postura “linha-dura” contra o governo iraniano. Ele descartou as heranças diplomáticas de seu antecessor, Barack Obama, e anunciou a retirada americana do acordo nuclear de seis nações com o Irã, em maio de 2018.

Segundo o líder americano, o Irã continua com suas atividades nucleares, apesar da extinção das sanções sobre sua economia. Na ocasião, Trump anunciou o restabelecimento de sanções contra a economia iraniana, ameaçando também os aliados da nação persa. Desde então, todos os relatórios sobre o Irã da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) atestaram que Teerã não retomou seu programa nuclear militar.

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Nesta sexta 22, o governo de Trump anunciou a imposição de sanções contra 14 indivíduos e 17 organizações supostamente envolvidas com o programa nuclear do Irã, alegando ainda que autoridades do país não respondem a perguntas sobre suas armas.

As novas sanções impedem que essas pessoas e organizações acessem qualquer recurso financeiro nos Estados Unidos. As ameaças americanas desencorajam outros países a negociar com as entidades envolvidas, tornando-as “radioativas internacionalmente”, segundo a BBC.

Ainda na quinta-feira 21, Trump anunciou uma mudança na política americana sobre as Colinas de Golã. Ele afirmou que o território da Síria, ocupado por israelenses desde 1967, será oficialmente reconhecido pelos Estados Unidos como parte de Israel. Ele ainda acusou seus opositores democratas de serem “anti-Israel” e “anti-judeus.”

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