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Por erro de digitação, EUA enviam e-mails militares a aliado da Rússia

O Mali recebeu, na última década, uma série de informações sigilosas, como senhas, registros médicos e itinerários de altos funcionários americanos

Por Da Redação
Atualizado em 18 jul 2023, 16h44 - Publicado em 18 jul 2023, 14h16

O Pentágono reconheceu, nesta segunda-feira 17, que milhões de e-mails militares dos Estados Unidos foram enviados por engano para o Mali, um país aliado da Rússia, devido a um pequeno erro de digitação.

E-mails destinados ao domínio “.mil”, dos militares americanos, foram, durante pelo menos uma década, enviados para o país da África Ocidental, que termina com o sufixo “.ml”.

Alguns dos e-mails supostamente continham informações confidenciais, como senhas, registros médicos e itinerários de altos funcionários, segundo o jornal britânico Financial Times, que revelou os fatos na segunda-feira.

De acordo com a reportagem, o empresário holandês da internet Johannes Zuurbier identificou o problema há mais de dez anos. Desde 2013, ele tem um contrato para gerenciar o domínio do país do Mali e, nos últimos meses, teria coletado dezenas de milhares de e-mails incorretamente direcionados.

Nenhum estava registrado como confidencial, mas, segundo o jornal, eles continham informações sigilosas como dados médicos, mapas de instalações militares dos Estados Unidos, registros financeiros e documentos de planejamento de viagens oficiais, além de algumas mensagens diplomáticas.

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Zuurbier escreveu uma carta às autoridades americanas neste mês para soar o alarme. Segundo ele, seu contrato com o governo do Mali terminaria em breve, o que significa que “o risco é real e pode ser explorado por adversários dos Estados Unidos”.

O governo militar do Mali assumiu o controle do domínio na segunda-feira. O Pentágono disse que tomou medidas para resolver o problema.

As comunicações militares de Washington marcadas como “secretas” e “ultrassecretas” são transmitidas por sistemas de TI separados, o que torna improvável que sejam acidentalmente comprometidas. No entanto, especialistas alertam que mesmo informações aparentemente inofensivas podem ser úteis para adversários dos Estados Unidos, especialmente detalhes individuais de funcionários.

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Além disso, a sorte foi que os e-mails estavam indo para um domínio usado por um governo, e não por criminosos cibernéticos. O delito é comum e tem até nome – “typo-squatting”, que visa usuários que digitam domínios da internet incorretamente.

O Departamento de Defesa americano disse em comunicado que estava ciente do problema e tomou medidas para garantir que e-mails para o domínio “.mil” sejam checados, incluindo com um bloqueio antes de serem enviados e a validação dos destinatários pelos remetentes.

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