O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, comunicou nesta quarta-feira, 1, que vai enviar sistemas de foguetes avançados para a Ucrânia, como parte de um novo pacote de US$ 700 milhões em equipamento militar para ajudar o país a se defender. O líder americano temia que o equipamento pudesse ser usados para atingir alvos no território russo mas Volodymyr Zelenzky, seu contraparte ucraniano, garantiu que este não seria o caso. Para o presidente, a concessão valia a pena para garantir o equipamento.
O sistema de foguetes de lançamento múltiplo M142 Himars (High Mobility Artillery Rocket System, do inglês) é uma unidade móvel capaz de lançar simultaneamente vários mísseis guiados com alta precisão e é uma versão mais moderna e mais ágil do M270, desenvolvido na década de 1970 para as forças americanas e aliadas.
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O equipamento foi altamente requisitado pelo governo ucraniano. De acordo com uma autoridade do governo americano, os Himars que os Estados Unidos irão fornecer à Ucrânia terão um alcance de cerca de 80 quilômetros. Essas unidades podem carregar um compartimento pré-carregado de seis mísseis guiados ou um tipo de míssil tático capaz de alcançar até 300 quilômetros de distância.
Com uma equipe pequena, é possível remover uma cápsula gasta e substituir por uma nova em poucos minutos e sem a necessidade de ajuda de outros veículos. No entanto, soldados ucranianas precisarão de um treinamento para operá-lo. Além da Ucrânia, a Polônia e a Romênia também contam com os Himars em seus exércitos, e eles são mais potentes que qualquer sistema de foguetes russo.
O novo armamento dará às forças ucranianas a possibilidade de atacar alvos atrás das linhas russas e a distâncias mais protegidas do próprio armamento de longo alcance da Rússia. Os mísseis disparados por eles terão aproximadamente o dobro de alcance dos já disponibilizados anteriormente pelos americanos.
Podendo percorrer 80 quilômetros, os Himars se colocam em uma zona segura enquanto trazem uma nova ameaça às baterias russas no campo de batalha. Além disso, essas unidades podem atacar os depósitos de suprimentos, que ainda não foram atingidos pelas tropas defensoras.
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Apesar do envio, os Estados Unidos planejam limitar o alcance dos mísseis para evitar que eles sejam utilizados para atingir áreas na Rússia. De acordo com um funcionário do governo americano, “a Ucrânia deu garantia de que não usarão esses sistemas contra o território vizinho”.
Desde o início do conflito, a Casa Branca tem agido com cautela no apoio a Kiev por receio de que a guerra possa se expandir para além das fronteiras ucranianas. Embora haja uma constante acusação por parte das autoridades da Rússia, os ucranianos se recusaram a confirmar qualquer envolvimento nos supostos acidentes além de suas fronteiras.