Por temores de atentados terroristas, França estende medidas de segurança da Olimpíada
Decisão ocorre após ataque mortal em mercado de Natal na Alemanha, na sexta-feira

A França ampliou o uso das medidas de vigilância adotadas durante os Jogos Olímpicos de Paris, em meados deste ano, para aumentar a segurança em locais públicos, como o mercado de Natal de Estrasburgo que foi alvo de ataque terrorista em 2018, de acordo com uma análise publicada pela agência de notícias Reuters nesta segunda-feira, 23. A decisão segue um ataque mortal ocorrido na última sexta-feira, 20, em Magdeburg, na Alemanha, onde um homem invadiu uma feira de Natal em alta velocidade com seu veículo, matando cinco pessoas e ferindo pelo menos outras 205.
De acordo com um relatório parlamentar ao qual a Reuters teve acesso, pelo menos 547 pessoas foram colocadas sob a “medida individual de controle administrativo e vigilância” (MICAS) durante os preparativos para a Olimpíada de Paris. Essas ordens foram emitidas com base em suspeitas de que os indivíduos representavam riscos à segurança, mesmo que muitos deles nunca tivessem sido acusados de qualquer crime.
As chamadas MICAS permitem o monitoramento constante de indivíduos, restringindo sua liberdade de movimento sem a necessidade de acusações formais de terrorismo. Essa abordagem tem gerado críticas de ativistas e advogados, que alertam para o risco de que tais medidas possam ser aplicadas indiscriminadamente, afetando pessoas sem qualquer vínculo com atividades extremistas.
Originalmente, as MICAS eram destinadas a monitorar ex-presidiários e indivíduos considerados perigosos. No entanto, seu uso tem sido ampliado e, nos últimos meses, um número crescente de pessoas afetadas pelas ordens tem contestado judicialmente as medidas. Em alguns casos, as decisões foram favoráveis, com tribunais franceses anulando ou suspendendo ao menos 55 ordens relacionadas aos Jogos Olímpicos e aos mercados de Natal deste ano, muitas vezes devido à falta de provas concretas de ameaça.