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Por tensão com muçulmanos, países nórdicos tentam podar queimas do Alcorão

Suécia e Dinamarca buscam controlar protestos com depredação do livro sagrado do Islamismo, permitidos pela Constituição, por vias legais

Por Da Redação
Atualizado em 31 jul 2023, 17h06 - Publicado em 31 jul 2023, 17h06
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  • Uma nova onda de protestos com a queima de cópias do Alcorão, livro sagrado do Islamismo, ocorreu nesta segunda-feira, 31, na Suécia e na Dinamarca. Sob a fúria de nações muçulmanas, como Irã e Iraque, ambos governos nórdicos buscam alternativas para controlar as demonstrações, permitidos pela Constituição, por vias legais.

    A escalada de tensões entre os países muçulmanos e nórdicos se deu após um iraquiano ateu, identificado como Salwan Momika, ter ameaçado atear fogo ao Alcorão em frente à embaixada do Iraque em Estocolmo, há duas semanas. Apesar de não ter cumprido o plano, ele chutou e pisou no livro sagrado, na bandeira iraquiana e em fotos do poderoso xiita Muqtada al-Sadr e do líder supremo do Irã, Ali Khamenei.

    Considerado como um desrespeito ao Islamismo, o episódio desencadeou fortes protestos no Irã, Iraque e Líbano, culminando na invasão da embaixada da Suécia em Bagdá, capital iraquiana. O prédio, que foi incendiado, foi desocupado pela delegação sueca às vésperas do incidente, por receio à segurança dos funcionários. Na ocasião, as relações diplomáticas entre Irã e Suécia foram cortadas.

    + Protesto com queima do ‘Alcorão’ se espalha por outros cantos da Europa

    A instabilidade entre os países, no entanto, não impediu que lideranças muçulmanas pedissem às autoridades europeias que atitudes concretas fossem tomadas contra as queimas dos exemplares do livro sagrado do Islamismo. Na última segunda-feira 24, o Ministério das Relações Exteriores iraquiano pediu que os membros da União Europeia “reconsiderem rapidamente a chamada liberdade de expressão e o direito de manifestação”.

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    Como forma de amenizar o conflito, a administração dinamarquesa afirmou que buscaria uma “ferramenta legal” para a intervenção policial em manifestações que demonstrassem “consequências negativas significativas para a Dinamarca, principalmente no que diz respeito à segurança”.

    “Não é porque nos sentimos pressionados a fazê-lo, mas é nossa análise política que é do melhor interesse de todos nós”, justificou o ministro das Relações Exteriores dinamarquês, Lars Lokke Rasmussen, em coletiva de imprensa. “Não devemos apenas sentar e esperar que isso exploda”.

    + Muçulmanos de vários países vão às ruas contra queima de Alcorão na Suécia

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    A Suécia prometeu medidas semelhantes, em desacordo com partidos de direita, que alegam que a condenação dos protestos fere a liberdade de expressão defendida pela Constituição.

    Por enquanto, o ministro das Relações Exteriores sueco, Tobias Billstrom, apenas enviou cartas a todos os 57 países da Organização de Cooperação Islâmica (OIC) para explicar os motivos por trás da permissão de manifestações relacionadas à blasfêmia, apesar de condenar atos islamofóbicos.

    O empenho do governo parece não ter sido suficiente para conter uma nova leva de protestos. Enquanto Momika finalmente cumpriu sua promessa de queimar Alcorão, mas agora em frente ao parlamento sueco em Estocolmo, manifestantes anti-islâmicos também incendiaram uma cópia em Copenhague. Liderados por grupos de direita, os incidentes devem se repetir ao longo desta segunda-feira.

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