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Prefeito de principal cidade portuária da Líbia é assassinado

Líder político de Misrata, cidade considerada segura para os padrões líbios, foi sequestrado e morto a tiros; corpo foi encontrado na rua

Por Da redação
18 dez 2017, 10h43

Um grupo de homens armados sequestrou e assassinou a tiros Mohamad Eshtewi, prefeito de Misrata, terceira maior cidade e principal porto comercial de Líbia. De acordo com fontes de segurança ouvidas pela agência de notícias Efe, os criminosos, ainda não identificados, abordaram o carro do político quando ele deixava o aeroporto da cidade, voltando de viagem à Turquia.

Nenhum grupo assumiu até o momento a autoria do ataque, no qual também ficou ferido gravemente o irmão do prefeito, que foi internado. Segundo informa a BBC, o corpo de Eshtewi foi encontrado na rua, em frente a um hospital da cidade. “Normalmente, o prefeito viaja acompanhado de seguranças, mas ele os dispensou para buscá-lo em sua volta de Istambul, justificando que seu irmão o pegaria no aeroporto”, disse um oficial à rede britânica.

À BBC, o oficial contou que o carro do prefeito foi abordado por quatro criminosos, que atiraram contra seu irmão na perna e depois sequestraram Eshtewi. O corpo do político foi encontrado uma hora e meia depois do incidente. O enviado especial para a missão na ONU na Líbia, o libanês Ghassan Salame, condenou o ocorrido.

Com 400 mil habitantes, Misrata, situada 200 quilômetros ao leste de Trípoli, é considerada uma das regiões mais seguras do país, que vive um regime de caos e guerra civil desde a queda do regime de Muamar Kadafi. Em 2016, a cidade, dividida entre partidários do governo sustentado pela ONU em Trípoli, milícias islâmicas e grupos de apoio ao marechal Khalifa Hafter, homem forte do leste do país, foi o núcleo da ofensiva militar que libertou a cidade de Sirte do controle do braço líbio do grupo terrorista Estado Islâmico.

Fim do governo

Neste domingo, Hafter declarou o término do mandato do governo apoiado pela ONU em decorrência do fim do prazo estipulado em um acordo, assinado em dezembro de 2015, que autorizava a criação de um governo de transição no país. “Todas as instituições que saíram desse acordo perderam de forma automática sua legitimidade, que foi questionada desde o primeiro dia”, disse o marechal, que controla mais de 70% da Líbia, em anúncio televisionado.

As declarações de Hafter representam um duro golpe para o novo plano de paz iniciado em setembro por Salame, que pretende convocar eleições legislativas e presidenciais na Líbia no próximo ano. O diplomata da ONU propôs aos dois governos, o de Trípoli e o de Trobuk, controlado por Hafter, a negociar uma emenda no Acordo de Skhirat, cujo prazo expirou neste último domingo, para criar uma instituição transitória que organize o pleito.

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(Com EFE) 

 

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