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Premiê libanês prevê cessar-fogo entre Israel e Hezbollah nos próximos dias

Najib Mikati se reuniu com enviado dos EUA para discutir trégua de 60 dias, com retirada de forças israelenses do Líbano nos primeiros 10

Por Da Redação 31 out 2024, 09h26

O primeiro-ministro do Líbano, Najib Mikati, afirmou na noite de quarta-feira que espera que um acordo de cessar-fogo entre Israel e a milícia libanesa Hezbollah, aliada do Hamas e do poderoso Irã, seja fechado nos próximos dias. A declaração ocorreu depois da emissora pública israelense Kan publicou o rascunho de uma proposta dos Estados Unidos que prevê uma trégua inicial de 60 dias.

O documento afirmou que as forças israelenses deixariam o Líbano na primeira semana do cessar-fogo de dois meses. Anteriormente, a agência de notícias Reuters já havia reportado sobre o mesmo plano, com base em duas fontes próximas das negociações.

Para Mikati, é improvável que o acordo saia das eleições presidenciais americanas, na próxima terça-feira, 5. Mas ele afirmou que ficou mais otimista após conversar na quarta-feira com o enviado dos Estados Unidos para o Oriente Médio, Amos Hochstein, que seguiu viagem para Israel nesta quinta-feira, 31.

“Hochstein sugeriu que poderíamos chegar a um acordo antes do final do mês (de outubro) e antes de 5 de novembro,” Mikati disse à televisão libanesa Al Jadeed. “Estamos fazendo tudo o que podemos e devemos continuar otimistas de que, nas próximas horas ou dias, teremos um cessar-fogo.”

Israel x Hezbollah

Israel e o Hezbollah estão em combate há um ano, em paralelo à guerra de Israel em Gaza, depois que grupo armado libanês iniciou uma campanha de ataques aéreos contra o território israelense, com que divide a fronteira sul, em solidariedade ao Hamas.

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As hostilidades no Líbano escalaram dramaticamente nas últimas cinco semanas, após uma série de ataques das forças de Tel Aviv contra os combatentes do Hezbollah – incluindo uma onda de explosões dos pagers e walkie-talkies usados pelo grupo para se comunicar e o assassinato de seu líder, Hassan Nasrallah. A maioria das 2.800 mortes registradas pelo Ministério da Saúde libanês nos últimos 12 meses ocorreram nesse período.

O novo líder do Hezbollah, Naim Qassem, afirmou que concordaria com um cessar-fogo dentro de certos parâmetros se Israel concordasse em interromper a guerra.

Ataques se intensificam

Apesar das negociações, a operação de Israel no Líbano continuou a se expandir. Na quarta-feira, a cidade de Baalbek, famosa por seus templos romanos e reconhecida como Patrimônio Mundial pela UNESCO, sofreu ataques pesados. Tel Aviv informou que seu alvo eram reservatórios de combustível do Hezbollah na região do Vale do Bekaa

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O Ministério da Saúde libanês afirmou que 19 pessoas foram mortas em ataques israelenses em duas cidades na área de Baalbek. Mais de 1,2 milhão de pessoas já foram deslocadas devido às ofensivas de Israel no Líbano.

Além disso, pelo terceiro dia consecutivo, o Hezbollah relatou intensos combates dentro ou ao redor da cidade de Khiyam, no sul do Líbano — o avanço mais profundo das forças israelenses na nação vizinha desde que os combates se intensificaram, há cinco semanas. O grupo armado também afirmou que atacou um acampamento militar a sudeste de Tel Aviv com mísseis.

Cessar-fogo permanente

A Casa Branca disse que Brett McGurk, uma autoridade de segurança, visitaria Israel nesta quinta-feira junto com Hochstein para discutir questões envolvendo Gaza, o Líbano, os reféns em poder do Hamas, o Irã e outras questões regionais.

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O rascunho da proposta americana de cessar-fogo pede uma interrupção permanente nas hostilidades após o período inicial de 60 dias, com base na implementação das resoluções 1701 e 1559 das Nações Unidas.

Mikati, o premiê libanês, disse que seu país está pronto para implementar plenamente a Resolução 1701, aprovada em 2006, que institui a desmilitarização do sul do Líbano e estabelece uma missão de paz das Nações Unidas na região. O mecanismo foi usado naquele ano para acabar com o conflito entre Israel e Hezbollah na época.

Hochstein já afirmou que mecanismos de fiscalização externa precisam ser desenvolvidos para que isso seja eficaz, pois nem Israel nem o Líbano implementaram totalmente a resolução nos últimos 18 anos. O rascunho vazado na quarta-feira propõe a criação de um arranjo independente e internacional para supervisionar o cessar-fogo.

A Resolução 1559, por sua vez, foi aprovada em 2004 e pede a dissolução e desarmamento de todas as milícias no Líbano.

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