O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, decidiu nesta quarta-feira, 26, pedir a renúncia formal de todo o seu gabinete em meio a dificuldades para aprovar os projetos de lei do governo no Congresso. O pedido ainda não foi oficializado, mas um dia antes Petro encerrou sua coalizão com partidos tradicionais – importantes para o sucesso de suas reformas – e falou em “repensar o governo”.
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O pedido ocorreu após um discurso polêmico em que acusou o Congresso de “cortar” seu projeto político. Durante a fala, o líder colombiano também ressuscitou fantasmas da expropriação de terras e da revolta popular, lançando duras críticas a funcionários do governo. Ele não especificou sobre quem estava falando, mas, já que a questão da compra de terras foi o eixo de seu discurso, muitos pensaram na ministra da Agricultura, Cecilia López.
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Especificamente, a continuidade de López – que se opôs publicamente à reforma da saúde e ao desenho da polêmica transição energética liderada pela ministra de Minas, Irene Vélez – parece improvável, como ela mesma havia antecipado uma semana atrás.
Na terça-feira 25, via Twitter, Petro declarou oficialmente morta a coligação com os partidos Liberal e Conservador, cujos dirigentes acusou de usar o seu poder para ameaçar congressistas que decidem apoiar as suas polêmicas reformas, a começar pela da saúde.
Horas antes, ele havia travado um amargo debate com o ex-presidente César Gaviria, chefe do Partido Liberal, e ameaçado denunciá-lo perante o Sistema Interamericano de Direitos Humanos por, supostamente, violar direitos políticos ao punir os desertores de sua bancada.
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Petro também criticou o ex-presidente Juan Manuel Santos, com quem normalmente manteve boas relações. O líder colombiano chamou Santos de “mentiroso” por ter enviado uma mensagem afirmando que o sistema de saúde da Colômbia estava entre os melhores do mundo.
A crise no governo e as duras mensagens aos membros Gabinete – opostos às políticas de Petro – ocorreram, paradoxalmente, no mesmo dia em que a Colômbia sediava uma cúpula internacional sobre a crise política, social e econômica da Venezuela, convocando o diálogo entre a oposição e o regime de Nicolás Maduro.
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O pedido de renúncia do Gabinete acontece quase dois meses após a polêmica saída de Alejandro Gaviria do Ministério da Educação, por não estar de acordo com a reforma da Saúde. Com Gaviria também deixaram o governo, por outros motivos, María Isabel Urrutia (Esporte) e Patricia Ariza (Cultura).
Antes de chegar ao Ministério, Gaviria foi responsável pela pasta da Saúde (2012-2017), durante a gestão de Santos. Em seu novo cargo, criticou a reforma da Saúde do governo por escluir empresas privadas, que hoje operam o sistema, para entregar essa tarefa ao Estado.