O presidente da Itália, Sergio Mattarella, assinou nesta quinta-feira um decreto para dissolver o Parlamento, informou o gabinete presidencial, no último passo necessário para marcar a data de uma nova eleição. O primeiro-ministro italiano, Paolo Gentiloni, deve fazer um pronunciamento para anunciar a data oficial do pleito, mas fontes políticas já adiantaram que provavelmente será no dia 4 de março.
Em comunicado oficial, a Presidência da República informou que Mattarella havia assinado o decreto de dissolução do Senado e da Câmara e que este foi, por sua vez, também avalizado por Gentiloni. Em seguida, o secretário-geral da Presidência, Ugo Zampetti, foi ao Senado e à Câmara dos Deputados para comunicar aos líderes a decisão de Mattarella.
O presidente italiano se reuniu nesta quinta-feira no Palácio do Quirinal com Gentiloni e os presidentes da Câmara, Laura Boldrini, e do Senado, Pietro Grasso. No Palácio, o primeiro-ministro anunciou que com a aprovação do orçamento de 2018, os trabalhos do Parlamento, eleito em 2013, estavam concluídos.
Horas antes, Gentiloni, que tomou posse como primeiro-ministro em dezembro de 2016, após a renúncia de Matteo Renzi, falou com a imprensa e fez um balanço dos “frutíferos” cinco anos de governo progressista do Partido Democrata (PD), nos quais o país “continuou em frente após a pior crise” desde a II Guerra Mundial, afirmou.
Ele disse aos repórteres que a Itália deve estar preparada para lidar com a instabilidade, mas não deve temê-la. “Não devemos dramatizar o risco de instabilidade, estamos bastante inoculados contra isso”, disse ele, em referência às frequentes mudanças de governo da Itália, acrescentando que, em outros lugares da Europa, houve “uma italianização de sistemas políticos”.
Todos os principais partidos da Itália estão prometendo aumentar o déficit orçamentário e reduzir os impostos, apesar da alta dívida pública, e a imigração deve ser um tema central das eleições, com partidos de direita frequentemente advertindo para a “invasão” de migrantes.
Falando em uma entrevista coletiva tradicional de fim de ano, Gentiloni pediu aos partidos políticos para não espalharem o medo e fazer promessas irrealistas na campanha eleitoral. “Eu acho que é do interesse do país ter uma campanha eleitoral que limite tanto quanto possível a propagação de medos e ilusões, estes são os riscos que temos diante de nós”, disse ele.
(Com Reuters e EFE)