Andrés Manuel López Obrador, presidente do México, defendeu nesta sexta-feira, 18, a decisão das autoridades de seu país de libertar o filho de Joaquín “El Chapo” Guzmán, líder do cartel de Sinaloa. A prisão de Ovidio Guzmán na quinta-feira 17 provocou confrontos violentos e a morte de pelo menos oito pessoas.
Ovidio Guzmán, de 30 anos, foi alvo de operação policial na cidade de Culiacán, capital do estado de Sinaloa, o reduto da organização criminosa de El Chapo.
Após apreendê-lo, a Guarda Nacional — força criada por López Obrador para combater o tráfico de drogas — enfrentou resistência armada pelas ruas de Culiacán. O resultado total foi oito mortes, 21 feridos, barricadas erguidas e veículos em chamas, reportou a rede de televisão BBC. Em meio a esse cenário caótico, a Guarda Nacional bateu em retirada e liberou Guzmán.
“A captura de um criminal não pode valer mais que a vida das pessoas”, disse o presidente, mais conhecido como AMLO, ao reiterar a “boa decisão” da Guarda Nacional. No cargo desde dezembro do ano passado, o populista de esquerda foi eleito com a promessa de adoção de medidas de combate à pobreza e com ideias polêmicas sobre o enfrentamento dos carteis de drogas. Chegou a defender a anistia aos chefões dessas máfias.
Em janeiro, López Obrador declarou que a batalha militar contra os traficantes havia acabado no México e que perseguição dos chefes dos cartéis não seria prioridade de seu governo. “Não existe guerra. Oficialmente, já não existe guerra. Não prendemos chefes (dos carteis) porque essa não é a nossa principal função. A função principal do governo é garantir a segurança pública”, acrescentou.
El Chapo, de 62 anos, foi preso no México em 2019, durante o governo de Enrique Peña Nieto e extraditado no ano seguinte para os Estados Unidos, onde cumpre pena prisão perpétua por tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. O mexicano fundou o Cartel de Sinaloa no final da década de 80.