A primeira-ministra da Escócia, Nicola Sturgeon, renunciou ao cargo nesta quarta-feira, 15, dizendo que “chegou a hora” e que é “certo para mim, meu partido e para o país”. A política, que lidera o país desde 2014, permanecerá no posto até que um sucessor seja eleito.
+ Renúncia de Jacinda Ardern abre reflexão sobre a hora certa de parar
“Para aqueles que se sentem chocados, desapontados, talvez até um pouco zangados comigo, por favor, não tenham dúvidas de que isso é muito difícil para mim”, disse. “Minha decisão vem de um lugar de dever e amor pelo meu partido e, acima de tudo, pelo país.”
Ela acrescentou que a decisão não foi tomada de uma hora para a outra, afirmando estar “lutando” com o assunto “por algumas semanas” e enfatizando que não é uma reação a “pressões de curto prazo”.
“Essencialmente, tenho tentado responder a duas perguntas. Continuar é certo para mim? E, mais importante, estou a fazer bem pelo país, pelo meu partido e pela causa da independência a que dediquei a minha vida? Me convenci de que a resposta para qualquer uma delas, quando examinada profundamente, é não”, afirmou Sturgeon.
+ Guerra dos tronos: a história explica por que escoceses são separatistas
Tendo dedicado toda a sua carreira – desde ativismo aos 16 anos – à luta pela independência da Escócia, a premiê destacou que seu partido, o SNP, precisa ter um novo líder para defender a causa. Ela disse que deixar o cargo “libertaria” a legenda para tomar uma decisão sobre a melhor forma de buscar a independência “sem se preocupar com as implicações percebidas para minha liderança”.
Sturgeon fez a ressalva de que ser primeira-ministra foi um “privilégio”, mas “também é brutal”.
“Agora, para ser clara, não estou esperando violinos aqui. Mas eu sou um ser humano, assim como uma política”, concluiu.
+ Em pleno paraíso, a primeira-ministra da Nova Zelândia não aguenta tranco
A premiê escocesa não é a primeira a renunciar por causa de pressões acumuladas. No mês passado, a líder da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, deixou o cargo de primeira-ministra alegando que sentia ser “a hora de parar”.