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Primeiro-ministro do Haiti apresenta renúncia em meio a onda de violência

Ariel Henry assumiu o cargo em 2021, após o assassinato do ex-presidente Jovenel Moïse, de forma interina, mas nunca realizou eleições

Por Da Redação
Atualizado em 8 Maio 2024, 12h28 - Publicado em 12 mar 2024, 08h31
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  • O primeiro-ministro do Haiti, Ariel Henry, concordou em renunciar ao cargo nesta terça-feira, 12, após semanas de pressão alimentada por uma onda de violência provocada por gangues no seu país. A decisão ocorreu após uma reunião de líderes regionais na Jamaica, na véspera, para discutir a transição política haitiana.

    “O governo que lidero irá renunciar imediatamente após a instalação de um conselho (de transição)”, disse Henry em discurso em vídeo. “Quero agradecer ao povo haitiano pela oportunidade que me foi concedida. Peço a todos os haitianos que permaneçam calmos e façam tudo o que puderem para que a paz e a estabilidade voltem o mais rápido possível”.

    Poder das gangues

    Atualmente, Henry está ilhado no território americano de Porto Rico. Aproveitando uma viagem internacional do premiê, a aliança de gangues que controla grandes porções do Haiti, tomou os aeroportos para impedir seu retorno.

    A aliança G9 reforçou o seu controle nas ruas da capital, Porto Príncipe, e atacou a principal prisão do país, ajudando milhares de detentos a escapar. Os criminosos, que agora ocupam 80% do território da capital, também exigem a renúncia do premiê.

    Porto Príncipe e a região ao redor da cidade estão em estado de emergência há um mês. Nesta semana, o toque de recolher foi prorrogado.

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    Governo “interino”

    Henry assumiu o cargo de primeiro-ministro em julho de 2021, após o assassinato do ex-presidente Jovenel Moïse. A ideia é que ele fosse um governante interino, mas repetidamente adiou eleições, dizendo que, antes, a segurança do país deveria ser restaurada. Muitos haitianos estão insatisfeitos com o fato de não serem representados por um presidente eleito.

    Sua renúncia era esperada há vários dias. O grupo Caricom, que reúne as nações caribenhas, deixou clara a sua posição de que ele era visto como um obstáculo à estabilidade do Haiti e que teria de renunciar. Já a Casa Branca inicialmente queria que Henry regressasse ao território haitiano para supervisionar o processo de transição, mas o aumento da violência no país fez Washington mudar de opinião nos últimos dias. Assim, Henry ficou sem o apoio do Departamento de Estado americano e sem o dos seus vizinhos.

    O presidente do Caricom e chefe de Estado da Guiana, Irfaan Ali, disse reconhecer a renúncia do premiê haitiano e anunciou que será estabelecido um conselho presidencial de transição, com dois observadores e sete membros votantes, um primeiro-ministro interino seria nomeado “rapidamente” pelo conselho. Espera-se que isso abra caminho para as primeiras eleições no Haiti desde 2016.

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