Príncipe Andrew faz acordo extrajudicial em caso de abuso sexual
Filho da Rainha Elizabeth II foi processado no ano passado por caso que teria acontecido em 2000
O príncipe Andrew, filho da rainha Elizabeth II, chegou a um acordo com a americana Virginia Giuffre nesta terça-feira, 15, em um caso em que ela o acusava de abusá-la sexualmente quando adolescente. O acordo, que inclui um pagamento não divulgado, foi revelado em documento do tribunal federal de Manhattan, Estados Unidos.
Giuffre processou o duque de York em agosto do ano passado pelo abuso que teria acontecido no início dos anos 2000. Segundo a vítima, o empresário Jeffrey Epstein e a socialite Ghislaine Maxwell a coagiram a fazer sexo com o membro da Família Real quando ela tinha 17 anos.
A decisão de fechar o acordo poupa o príncipe Andrew de possíveis revelações e acusações nos meses que antecederiam o julgamento, programado para o final deste ano.
No início do mês, o juiz responsável pelo caso negou o pedido de arquivamento feito pelo filho da monarca britânica, levando-o a responder formalmente às acusações e exigindo um julgamento por júri para confrontar publicamente sua acusadora.
Andrew, que é o nono na linha de sucessão ao trono britânico, foi recentemente destituído de suas filiações e patrocínios militares, uma vez que o Palácio de Buckingham procurou se distanciar da batalha legal. Ele também concordou em não usar o título “Sua Alteza Real”.
Os advogados dos envolvidos disseram que o duque de York pretende fazer uma doação substancial para a instituição de Giuffre que apoia vítimas de abusos sexuais. De acordo com o documento revelado nesta terça, ele “nunca teve a intenção de difamar o caráter da americana, e ele aceita que ela sofreu tanto como uma vítima estabelecida de abuso quanto como resultado de ataques públicos injustos”.
“O príncipe Andrew lamenta sua associação com Epstein e elogia a bravura de Giuffre e outros sobreviventes em defender a si mesmos e aos outros. Ele promete demonstrar seu arrependimento por sua associação com Epstein, apoiando a luta contra os males do tráfico sexual e apoiando suas vítimas”, conclui o registro.
A declaração é um afastamento de uma entrevista que o membro da Família Real deu à BBC em 2019, na qual não demonstrou ter empatia pelas vítimas e disse que não se desculparia pela amizade com o financista.
No final de 2021, Ghislaine Maxwell foi condenada por acusações de tráfico sexual por recrutar e aliciar adolescentes menores de idade para realizar atos sexuais com o financista Jeffrey Epstein. O príncipe Andrew foi uma das várias figuras famosas que foram mencionadas ao longo de três semanas de julgamento.
A defesa de Maxwell disse que planeja apelar do veredicto e chamaram a socialite de bode expiatório, uma vez que ela foi acusada quase um ano depois da morte de Epstein.
O príncipe, por sua vez, negou a maioria das alegações ou disse que não tinha informações suficientes para responder. Ele admitiu que conheceu o bilionário em 1999 e que voou no jato do financista.
Além disso, Epstein e Maxwell participaram da festa de Andrew em 2000, de acordo com o documento. No entanto, ele disse nunca ter se envolvido em atos sexuais com Giuffre.