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Prisões não impedem protestos contra governo de Vladimir Putin

Opositores cobram a participação de candidatos independentes nas eleições regionais na Rússia. Motivo: combate à corrupção no Parlamento.

Por Da Redação 3 ago 2019, 13h27
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  • Quase 200 pessoas foram detidas neste sábado em Moscou durante um protesto da oposição, que denuncia há várias semanas a exclusão de seus candidatos das eleições locais de setembro e é alvo da pressão das autoridades.

    Centenas de pessoas se concentraram em diversos pontos do centro de Moscou, sob uma leve chuva, cercados por vários policiais e soldados da Guarda Nacional, que não demoraram a efetuar as primeiras detenções.

    A ONG OVD-Info, especializada em monitorar as manifestações, informou um balanço de pelo menos 194 detidos, incluindo seis jornalistas. Seis pessoas ficaram feridas durante as detenções.

    A manifestação, desautorizada, não teve a presença de líderes, depois que foram anunciadas várias condenações desde o protesto do fim de semana passado na capital russa, que terminou com quase 1.400 detidos, algo que não acontecia desde o retorno do presidente Vladimir Putin ao Kremlin em 2012.

    A grande líder opositora que permanecia em liberdade, Liubov Sobol, uma advogada de 31 anos, foi detida poucos minutos antes do início da manifestação.

    “As autoridades fazem todo o possível para tentar intimidar a oposição, para assegurar que as pessoas não saiam às ruas para protestar pacificamente”, declarou antes da detenção.

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    Em greve de fome há três semanas, Sobol havia escapado da prisão até agora por ter um filho pequeno.

    – Líderes detidos –

    O principal opositor ao Kremlin, o blogueiro e ativista anticorrupção Alexei Navalny, cumpre desde 24 de julho uma pena de 30 dias de prisão. Hospitalizado no domingo por uma “grave reação alérgica”, ele não descartou a possibilidade de ter sido “envenenado”. Ele já foi levado de volta para a prisão.

    Vários de seus aliados e outros líderes opositores também foram condenados a penas curtas de prisão, como Ilia Yashin, Ivan Jdanov e Dmitri Gudkov, candidatos excluídos das eleições locais.

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    Antes do protesto deste sábado, a justiça acusou diversas pessoas por “distúrbios em massa”, uma dura acusação que pode resultar em penas de até 15 anos de prisão.

    Cinco acusados, incluindo advogados que trabalham para ONGs de defesa dos direitos humanos, foram colocados em prisão preventiva na sexta-feira e aguardam julgamento.

    A polícia pediu que os manifestantes desistissem da passeata e prometeu uma reação imediata. O prefeito de Moscou, Serguei Sobianin, leal ao Kremlin, alertou a oposição para qualquer “nova provocação”.

    – Eleições de setembro –

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    O descontentamento foi provocado pela rejeição das candidaturas independentes para as eleições locais de 8 de setembro, que devem ser difíceis para os aspirantes ligados ao governo diante do atual contexto social.

    Este é um dos maiores movimentos de protesto desde as manifestações fortemente reprimidas contra o retorno de Putin ao Kremlin em 2012.

    Na quinta-feira, o Fundo de Luta Contra a Corrupção de Navalny acusou em uma investigação a vice-prefeita de Moscou, Natalia Sergunina, de ter desviado bilhões de rublos de dinheiro público para a gestão do parque imobiliário do município.

    A oposição afirma que as autoridades querem bloquear seus candidatos nas eleições de setembro para evitar que, caso entrem no Parlamento de Moscou, descubram e denunciem os circuitos de corrupção e desvio na gestão de uma cidade com um orçamento anual astronômico de 38 bilhões de euros (42 bilhões de dólares).

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    A justiça anunciou neste sábado que abriu uma investigação por “lavagem de dinheiro” contra o Fundo de Navalny. Os investigadores acusam o opositor de ter recebido ilegalmente quase um bilhão de rublos (13,8 milhões de euros, 15,3 milhões de dólares).

    Após um protesto duramente reprimido na semana passada, os tribunais russos ordenaram a detenção preventiva para 88 pessoas e condenaram outras 332 ao pagamento de multas. Três investigações foram abertas por “violência” contra a polícia, delito que pode ser punido com cinco anos de prisão.

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