O procurador especial que comanda nos Estados Unidos a investigação sobre a interferência russa nas eleições presidenciais de 2016, Robert Mueller, recomendou que Michael Flynn, ex-assessor do presidente Donald Trump, não seja condenado à prisão, devido à sua colaboração.
“Devido à assistência substancial do acusado e outras considerações que serão detalhadas em seguida, uma sentença no extremo inferior da escala prevista – incluindo uma sentença que não impõe um período de encarceramento – é apropriada e está justificada”, afirmou Mueller em um documento judicial.
Flynn, assessor de Trump na campanha presidencial de 2016 e ex-conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, se declarou culpado em 2017 de ter mentido ao FBI, principalmente sobre suas conversas com o embaixador russo nos Estados Unidos, Sergei Kislyak.
“O acusado ajudou com várias investigações em curso”, explica o documento judicial, que cita a investigação “relacionada aos vínculos ou à coordenação entre o governo russo e as pessoas associadas à equipe de campanha do presidente Donald J. Trump”.
Mueller também se referiu à participação de Flynn em 19 entrevistas com sua equipe ou outros advogados do Departamento de Justiça dos Estados Unidos.
Procuradores disseram que Flynn também ofereceu ajuda para outras investigações criminais, mas que estes detalhes foram editados para manter informações sobre casos em andamento em segredo.
O procurador especial tem como principal missão determinar se aconteceu um conluio entre os funcionários russos e a equipe de campanha de Trump em 2016. A investigação é frequentemente chamada de “caça às bruxas” pelo presidente, que também critica Mueller com veemência.
Até o momento, Flynn é a única pessoa com passagem pelo governo Trump a assumir a culpa de um crime diretamente ligado a investigação sobre as tentativas russas de influenciar a eleição americana.
O inquérito de Mueller, que pode ameaçar a Presidência Trump, já implicou 32 indivíduos e três empresas russas. Ele deve emitir um relatório sobre suas conclusões possivelmente em algum momento do ano que vem.
(Com AFP e Reuters)