A Procuradora-Geral interina dos Estados Unidos, Sally Yates, ordenou nesta segunda-feira que os advogados do Departamento de Justiça não defendam nos tribunais a ordem executiva do presidente Donald Trump de suspender a imigração de sete países com maioria muçulmana.
O motivo da decisão é a série de processos que foram abertos nas últimas 24 horas, quando os funcionários de imigração passaram a aplicar a ordem de Trump. Boa parte deles partiu de imigrantes legais e com residência permanente que ficaram numa espécie de limbo nos aeroportos americanos quando a ordem começou a vigorar.
Num e-mail enviado a advogados da Divisão Civil, a Procuradora-Geral ainda disse ter “sérias preocupações” com a legalidade da ordem de Trump.
“Eu sou responsável por garantir que as posições que nós assumimos na corte sejam consistentes com a obrigação solene desta instituição de sempre procurar fazer justiça e lutar pelo que é certo. Neste momento, eu não estou convencida de que a defesa da ordem executiva é consistente com essas responsabilidades, assim como não estou convencida de que a ordem executiva é legal”, escreveu Yates.
Yates é uma promotora de carreira que foi indicada pelo então presidente Barack Obama para assumir a Procuradoria de Atlanta, e depois foi promovida a vice-procuradora-geral no Departamento de Justiça. Ela assumiu como interina após a saída de Loretta Lynch, que deixou o cargo neste mês. Yates deve ser substituída por Jeff Sessions, indicado por Trump e que ainda deve ser confirmado pelo Senado.
(Com Estadão Conteúdo)