Um professor foi morto em um ataque com faca em uma escola na cidade de Arras, no norte da França, nesta sexta-feira, 13. Segundo a polícia, a principal suspeita é que o crime se configure como um ato de terrorismo. A autoridade regional de Pas-de-Calais disse que o agressor, que também feriu um segundo docente e um segurança da escola, foi preso.
O homem detido, de acordo com os policiais franceses, é um um checheno nascido na Rússia e ex-aluno da escola secundária Lycee Gambetta, onde ocorreu o ataque. O jovem tinha por volta de 20 anos e estava em uma lista de pessoas com “risco potencial à segurança em conexão com o islamismo radical”.
Segundo a mídia francesa, o agressor teria gritado “Allahu Akbar”, que significa “Alá é maior”, antes de matar o professor. A polícia não confirmou esses relatos.
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No momento da agressão, os alunos foram confinados em suas salas de aula para sua própria segurança. A vítima fatal foi um professor de francês, enquanto um professor de educação física também foi esfaqueado e ferido.
“Estamos todos em estado de choque”, disse Martin Doussaut, professor de filosofia que foi perseguido pelo agressor, mas conseguiu escapar ileso depois de se trancar em uma sala de aula.
O incidente ocorre depois que o grupo terrorista palestino Hamas fez um ataque surpresa contra Israel no sábado 7 e desencadeou a maior guerra no Oriente Médio em 50 anos. Pelo menos 1.300 israelenses morreram no fatídico dia, enquanto 1.400 palestinos foram mortos em Gaza devido aos ataques retaliatórios israelenses.
O presidente da França, Emmanuel Macron, informou que está a caminho de Arras e pediu para os franceses permanecerem unidos e “se afastarem” do conflito entre Israel e Hamas. De acordo com as autoridades, nada aponta uma ligação entre o caso e os acontecimentos no Oriente Médio.
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Na quinta-feira 12, o governo proibiu todas as manifestações e protestos pró-Palestina em território francês. O ministro do Interior francês, Gerald Darmanin, justificou a medida citando preocupações com a ordem pública. Darmanin também apelou à polícia para proteger locais frequentados por judeus franceses, como sinagogas e escolas, e disse que qualquer estrangeiro que cometa atos de antissemitismo em solo francês será “expulso imediatamente”.
A França tem sido alvo de uma série de ataques islâmicos ao longo dos anos, sendo o pior um ataque simultâneo por homens armados e homens-bomba a centros de entretenimento e cafés em Paris, em 2015. Cinco anos depois, um professor, Samuel Paty, foi decapitado por um adolescente checheno que queria vingar o uso de desenhos animados zombando do profeta Maomé durante uma aula sobre liberdade de expressão.