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Protestos contra Lukashenko terminam com mais de 440 presos em Belarus

Número de pessoas presas por se manifestarem contra a permanência do presidente no poder já chegou a 10.000

Por Da Redação
Atualizado em 21 set 2020, 14h13 - Publicado em 21 set 2020, 13h27
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  • Mais de 440 pessoas foram presas no domingo 20 em Belarus por participarem de protestos contra o presidente do país, Alexander Lukashenko, de acordo com informações divulgadas nesta segunda-feira, 21, pelo Ministério do Interior.

    No total, 442 cidadãos foram presos na chamada “marcha pela justiça”, que reuniu cerca de 50.000 pessoas apenas na capital do país, Minsk, segundo estimativas da imprensa local, número que seria menor em relação a domingos anteriores.

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    Em contraponto, o Ministério do Interior afirmou que 20.000 manifestantes foram às ruas em 24 protestos não autorizados em todo o país para exigir novamente a renúncia de Lukashenko e denunciar a violência policial em protestos pacíficos.

    Somente na capital, 226 pessoas foram detidas, de acordo com a porta-voz do ministério, Olga Chemodanova. Manifestações de tamanhos variados também ocorreram em Hrodna, Mogilev, Gomel, Brest e outras cidades. Em Brest, a polícia deu tiros para o alto e usou gás lacrimogêneo para dispersar manifestantes.

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    Junto com as 442 prisões de domingo, devem ser acrescentadas as 430 detenções feitas no sábado 19 em uma manifestação de mulheres, de modo que no fim de semana, as forças de segurança de Belarus prenderam 872 cidadãos.

    Desde as eleições presidenciais em 9 de agosto, que reelegeram o presidente com supostamente 80% – o que gerou acusações de fraude – marchas contra Lukashenko ocorrem todos os domingos. A polícia é acusada de truculência e perseguição, sendo que o uso de agentes sem uniformes para prender manifestantes se tornou prática do governo. ONGs de direitos humanos acusam o governo de uso excessivo de força e de torturas.

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    Lukashenko, por sua vez, cita um plano apoiado por potências estrangeiras para desestabilizar a Bielorrússia. No poder desde 1994, fazendo com que seja conhecido como “o último ditador da Europa”, ele afirma que os manifestantes são criminosos e desempregados.

    Nos primeiros três dias de protestos, cerca de 6.000 pessoas foram detidas, mas depois o número de prisões diminuíram. No entanto, nas últimas semanas, houve um novo aumento, chegando a 10.000 desde as eleições presidenciais.

    Apesar de disposto a compartilhar o poder com outras lideranças políticas, para o presidente, novas eleições não vão ocorrer “até que me matem”. Segundo a agência estatal de notícias Belta, Lukashenko anunciou em meados de agosto que poderia entregar o poder após um referendo sobre possíveis mudanças na Constituição. Segundo ele, as mudanças já estão em andamento, mas não aconteceram sob pressão.

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    Em 2001, na primeira reeleição de Lukashenko, a Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE), entidade internacional que fiscaliza eleições no continente europeu. denunciou “falhas fundamentais” no processo eleitoral, entre elas censura da mídia. A Bielorrússia ocupa a 153ª posição, entre 180 países, no ranking de liberdade de imprensa feito pela organização Repórteres sem Fronteiras.

    Casos de intimidação a opositores e de bloqueios arbitrários de candidaturas já aconteciam em 2001, segundo a OSCE.  Nas últimas eleições parlamentares, em 2019, fiscais da OSCE relataram urnas fraudadas e, em alguns casos, foram explicitamente impedidos de checá-las. Na ocasião, todos os 110 assentos da câmara baixa do Parlamento foram conquistados por apoiadores de Lukashenko.

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