A polícia da cidade de Louisville, no estado americano do Kentucky, anunciou nesta quinta-feira, 24, que prendeu 127 manifestantes na noite anterior. O grupo protestava contra uma decisão da Justiça local, que não acusou de homicídio os policiais envolvidos na morte de Breonna Taylor, mulher negra que morreu em março durante um uma batida mal sucedida em seu apartamento.O tribunal decidiu na quarta-feira que apenas um dos três policiais que dispararam suas armas seria acusado de “conduta perigosa” – essencialmente por colocar Taylor em uma situação de “perigo desenfreado e arbitrário” durante a operação. É uma acusação menos séria que a de homicídio.Brett Hankison, o policial acusado, foi demitido pela polícia de Louisville em junho e pode pegar até 15 anos de prisão. Ele já foi liberado com uma fiança de 15.000 dólares.Protestos em resposta à decisão se espalharam por várias cidades, como Nova York, Washington e Los Angeles, mas seu epicentro foi Louisville, em Kentucky, a cidade de Taylor. Ela já era símbolo de protestos antirracistas nos Estados Unidos, inflados principalmente após a morte de outro homem negro pela polícia, George Floyd.Taylor morreu na noite de 13 de março, quando três policiais entraram em seu apartamento com um tipo polêmico de mandado de busca – conhecido como mandado “no-knock”, ou “sem bater na porta” – que permite que a polícia entre em uma casa sem aviso prévio. O namorado da enfermeira abriu fogo contra os agentes, por ter achado que eram invasores, e quando a polícia atirou de volta a jovem foi atingida.As manifestações de quarta-feira, inicialmente pacíficas, tornaram-se violentas. Vários participantes entraram em confronto com a polícia, que usou granadas para dispersar o protesto.Dois policiais foram baleados no tumulto. Ambos sobreviveram e estão hospitalizados em condições estáveis, disseram as autoridades. Entre os 127 presos está um suspeito.As autoridades de Louisville impuseram um toque de recolher entre às 21h desta quinta-feira às 6h30 da sexta-feira. Grande parte do centro dessa cidade de 600.000 habitantes encontra-se fechada para trânsito, e vários armazéns protegem suas vitrines com tábuas contra a possibilidade de novas manifestações.(Com AFP)