Na quarta-feira, na véspera da nova data agendada, Odinga anunciou que não participaria do pleito e pediu que seus eleitores boicotassem as eleições. O opositor alega que a comissão eleitoral não implementou as reformas previstas para que esta segunda votação pudesse transcorrer com credibilidade.
A comissão eleitoral declarou que os centros de votação funcionaram normalmente nesta quinta-feira em grande parte do país, mas que “desafios de segurança” obrigaram o pleito a ser atrasado em áreas como Homa Bay, Kisumu, Migori e Siaya, cidades conhecidas como bastiões da oposição. Nestas localidades, as eleições foram adiadas para sábado, dia 28.
Na cidade de Kisumu, no oeste do país, um homem levou um tiro e morreu no hospital, segundo informou a rede CNN. Outras quatro pessoas foram socorridas com ferimentos de armas de fogo. Nos distritos de Kibera e Mathare, dois dos principais redutos de Odinga na capital Nairóbi, barricadas foram armadas nas ruas e manifestantes atearam fogo em diversos pontos, o que levou a confrontos com policiais, que reagiram com tiros e bombas de gás lacrimogêneo. De acordo com as autoridades, foram reportados incidentes violentos em outras três cidades no oeste do país. Em Homa Bay, outro homem foi baleado e morreu, informou a agência Reuters.
Um grupo de cidadãos apresentou um pedido para que as novas eleições fossem canceladas, ao alegarem que não havia garantias para um processo transparente. A resposta ao recurso, contudo, foi adiada na quarta-feira pelo Tribunal Supremo do Quênia devido à ausência de parte dos magistrados para discutir o caso. O órgão não revelou quando emitirá uma decisão.
Episódios esporádicos da violência deixaram pelo menos 24 mortos desde o anúncio da vitória de Kenyatta nas últimas eleições, dois meses atrás. Em 2007, mais de 1.200 pessoas morreram em decorrência de confrontos por conta dos resultados do pleito em 2007, quando Odinga foi derrotado e o país, com cerca de 47 milhões de habitantes, quase mergulhou em uma guerra civil.
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VEJA Mercado – terça, 12 de novembro
As pistas do governo Lula sobre cortes de gastos e entrevista com André Perfeito
As bolsas europeias e os futuros americanos são negociados em baixa na manhã desta terça-feira, 12. Os integrantes do governo Lula estão dando algumas pistas sobre o famigerado pacote de cortes de gastos que chegou a terceira semana de discussão. Em conversa com jornalistas, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, afirmou que vai apoiar as propostas e que existe um total alinhamento dentro do governo em relação ao assunto. Já Wellington Dias, ministro do Desenvolvimento Social, afirmou que a eficiência e o combate a fraudes em programas sociais já fizeram as despesas previstas de 175 bilhões este ano caírem para 168 bilhões — podendo chegar a 166 bilhões em 2025. O presidente Lula afirmou em entrevista à RedeTv que vai “vencer” o mercado e que “eles falam muita bobagem”. O fato é que o setor público voltou a registrar um déficit de pouco mais de 7 bilhões de reais em setembro. O clima na Faria Lima não é dos melhores. O Ibovespa ficou estagnado e o dólar subiu para os 5,76 reais. Um curioso “efeito Trump” tem interferido nos mercados. O bitcoin ultrapassou a marca dos 82 mil dólares e bateu sua nova máxima história diante impulsionado pelo apoio do presidente eleito aos ativos digitais e pela expectativa de um Congresso composto por legisladores favoráveis ao setor cripto. Já os analistas do UBS-BB cortaram as recomendações para as ações da mineradora Vale diante de um enfraquecimento nos preços do minério de ferro por causa das prováveis retaliações que a China deve sofrer dos EUA no governo Trump. Diego Gimenes entrevista o economista André Perfeito.
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