O presidente russo, Vladimir Putin, assinou nesta quinta-feira, 2, uma lei que retira a Rússia do tratado global que proíbe testes de armas nucleares. A medida, embora esperada, é uma prova do aumento das tensões entre os Washington e Moscou, cujos laços estão no seu nível mais baixo desde a crise dos mísseis cubanos de 1962, devido à guerra na Ucrânia.
A Rússia afirma que saída do Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares (CTBT) visa meramente se alinhar com a posição dos Estados Unidos, que assinaram mas nunca ratificaram o tratado. Os diplomatas russos dizem que Rússia não planeja retomar os testes nucleares a menos que Washington o faça primeiro.
O Kremlin também esclareceu anteriormente que a nova lei não vai mudar a postura nuclear da Rússia, que possui o maior arsenal nuclear do mundo, ou a forma como partilha informações sobre as suas atividades nucleares. Mesmo com a desratificação, Moscou vai continuar a ser signatária do tratado.
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Entretanto, especialistas ocidentais em controle de armas estão preocupados com a possibilidade de a Rússia avançar testes nucleares para intimidar o Ocidente. Putin disse em 5 de outubro que não estava pronto para dizer se a Rússia deveria ou não retomar os testes nucleares, após apelos de alguns especialistas em segurança e legisladores russos para testar uma bomba nuclear como um aviso ao Ocidente.
Tal medida, se acontecesse, poderia inaugurar uma nova era de testes nucleares de grande potência. A possibilidade foi condenada pela organização que promove a adesão ao histórico pacto de controle de armas.
“A decisão de hoje da Federação Russa de revogar a ratificação do Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares é muito decepcionante e profundamente lamentável”, disse Robert Floyd, chefe da Organização do Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares, cuja função é promover o reconhecimento do tratado e construir o seu regime de verificação para garantir que nenhum teste nuclear passe despercebido.
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A Rússia pós-soviética não realizou nenhum teste nuclear. A União Soviética testou pela última vez em 1990 e os Estados Unidos em 1992. Nenhum país, exceto a Coreia do Norte, realizou um teste envolvendo uma explosão nuclear neste século.