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Putin nega ter enviado apoio militar para a Venezuela

Russo afirmou que está apenas 'honrando obrigações contratuais' antigas com o país sul-americano e admitiu o retorno de parte de seus funcionários

Por Da Redação
6 jun 2019, 13h42

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, negou nesta quinta-feira, 6, que seu governo tenha construído bases militares ou enviado soldados à Venezuela. “Estamos apenas honrando nossas obrigações contratuais com o país quanto à manutenção de equipamentos vendidos anteriormente”, declarou Putin, durante uma reunião com os donos de várias agências mundiais de notícias.

“Vendemos armas à Venezuela antes, mas recentemente não vendemos. Segundo estes contratos, temos que honrar nossas obrigações e nossos especialistas sempre o fizeram”, destacou o líder russo, admitindo que parte dos funcionários do governo já deixou o país sul-americano, como revelado pelo jornal The Washington Post no último domingo 2.

“É muito provável que nossos especialistas, não só os militares, mas também os industriais, tenham terminado alguns trabalhos lá”, acrescentou.

Apesar de negar a renovação do apoio militar ao regime de Nicolás Maduro, o chefe de Estado ressaltou que a Rússia é contra a intromissão estrangeira nos assuntos internos da Venezuela. “Consideramos que isso leva a consequências graves, para não dizer trágicas, e o caso de países como Líbia e Iraque é o maior exemplo disso. O caminho para o inferno é pavimentado de pedras de boas intenções”, disse Putin.

O governo americano e o russo também apoiam lados diferentes na crise política russa. Maduro tem em Putin sua última fonte de financiamento e apoio militar amplo, enquanto os Estados Unidos foram um dos primeiros países a reconhecer a legitimidade do autoproclamado presidente interino Juan Guaidó, em 23 de janeiro.

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Desde então, representantes dos dois governos trocam farpas sobre a situação venezuelana e, apesar do tom evasivo do presidente russo, em março, seu país enviou aviões e soldados para o país sul-americano, sob o pretexto de conduzir um projeto de cooperação.

No início de maio, o ministro das relações exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, pediu “aos americanos, e a todos que os apoiam, que abandonem seus planos irresponsáveis” no país sul-americano. A afirmação veio como resposta ao secretário de estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, que, em uma nova advertência a Moscou, pediu aos aliados próximos de Maduro para que “deixem” a Venezuela. 

Em entrevista à emissora ABC, Pompeo alfinetou o governo Putin: “Todos os países que interferem no direito do povo venezuelano de restaurar sua democracia devem sair”. 

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Sofrimento da população

Ao comentar a crise no país sul-americano, que provocou o exôdo de mais de 3 milhões de pessoas, Putin retomou uma advertência de Lavrov contra “passos agressivos” na Venezuela e admitiu manter conversas com Maduro.

“É evidente que é preciso ter paciência. Pode-se trabalhar com quem quiser, oposição, governo, mas não se pode intervir nos assuntos internos. E menos ainda tomar medidas sancionadoras porque, via de regra, milhões de pessoas comuns que não têm relação alguma com o poder acabam sofrendo”, declarou o presidente russo.

“Além da venezuelana, a economia mundial também sofre com a redução brusca de sua produção de petróleo nos últimos anos”, afirmou Putin.

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“Se levarmos em conta o estado no qual vivem milhões de pessoas que moram na Venezuela, então contra quem os americanos estão lutando? Contra Maduro, ou contra a população? Por isso nós não aprovamos, e condenamos, essas ações. Ainda mais uma intervenção militar. Isso é uma catástrofe.”

Putin afirmou a esse respeito que, pela informação que tem, “inclusive entre os aliados dos EUA ninguém apoia uma ingerência militar, nem sequer os vizinhos da Venezuela que são contra Maduro”.

“Estes países estão a favor de um processo político”, concluiu o presidente russo.

(Com EFE)

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