Putin pede a Xi Jinping maior cooperação militar entre Rússia e China
Presidente russo também convidou chinês a visita de Estado em 2023 para 'demonstrar ao mundo a proximidade das relações'
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou nesta sexta-feira, 30, que espera que o presidente chinês, Xi Jinping, faça uma visita de Estado à Rússia em 2023, o que “demonstraria ao mundo a proximidade das relações entre russos e chineses”.
Antes de uma conversa particular entre os líderes em uma videoconferência, Putin disse: “Estamos esperando você, querido presidente, querido amigo, estamos esperando você em uma visita de Estado a Moscou”.
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Por pouco menos de dez minutos, durante discurso introdutório, Putin destacou que as relações Rússia-China estão crescendo em importância no cenário global, e que precisam aprofundar a cooperação militar entre os países.
Em resposta, Xi afirmou que a China está pronta para aumentar cooperação estratégica com Moscou, em meio ao que chamou de situação “difícil” no mundo.
Antes mesmo do pedido desta sexta-feira, os dois países já vinham aumentando troca de práticas militares. Na quarta-feira, Moscou e Pequim concluíram exercícios navais no Mar da China Meridional, após uma semana de atividades conjuntas que incluíam até práticas de como capturar submarinos inimigos e disparar contra navios de guerra.
A parceria militar entre Moscou e Pequim se fortaleceu ainda mais depois que o presidente Putin enviou suas tropas para a Ucrânia, em 24 de fevereiro.
A China se recusa a criticar veementemente a invasão perpetrada por Moscou, culpando os Estados Unidos e o Ocidente por provocações e criticando as sanções impostas contra a Rússia. Moscou, por sua vez, é forte defensora da reivindicação chinesa sobre a ilha de Taiwan, que Pequim entende como sua por direito.
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Em setembro, o secretário do Conselho de Segurança Nacional da Rússia, Nikolai Patrushev, declarou que o Kremlin planeja fortalecer os laços com a China, descrevendo Pequim como uma prioridade incondicional da política externa de Moscou.
O gabinete de Patrushev disse em um comunicado após as negociações na cidade de Nanping que as partes concordaram em “expandir as trocas de informações sobre o combate ao extremismo e tentativas estrangeiras de minar a ordem constitucional de ambos os países”.
Em novembro, bombardeiros da Força Área Russa e bombardeiros chineses voaram juntos sobre o Mar do Japão e o Mar da China Meridional. Como parte do exercício, os aviões russos pousaram na China pela primeira vez, assim como os chineses, que voaram para uma base aérea na Rússia.
No âmbito comercial, enquanto boa parte do Ocidente se afasta da Rússia e impõe sanções pela invasão à Ucrânia, Moscou e Pequim registraram crescimento bilateral. Hoje, a Rússia é o maior fornecedor de petróleo à China. Os dois países chegaram a inaugurar em junho uma ponte transfronteiriça no Extremo Oriente, como parte da parceria “sem limites” anunciada antes da guerra.
A ponte liga a cidade russa de Blagoveshchensk à cidade chinesa de Heihe, através do rio Amur, conhecido na China como Heilongjiang. Ela tem pouco mais de um quilômetro de extensão e custou 19 bilhões de rublos (RS$ 1,7 bilhão), informou a agência estatal de notícias russa RIA.
“No mundo dividido de hoje, a ponte Blagoveshchensk-Heihe entre a Rússia e a China carrega um significado simbólico especial”, disse Yuri Trutnev, representante do Kremlin no Extremo Oriente russo.