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Putin perdoa mandante de assassinato em troca de combate na Ucrânia

Condenado por assassinato de jornalista em 2006 passa a integrar lista de ex-presidiários perdoados por Putin depois de lutarem na Ucrânia

Por Da Redação
Atualizado em 14 nov 2023, 17h11 - Publicado em 14 nov 2023, 17h07

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, teria perdoado um dos condenados por orquestrar o assassinato da jornalista investigativa russa Anna Politkovskaya em 2006, o ex-policial Sergei Khadzhikurbanov, em troca de que o preso se alistasse para lutar na guerra na Ucrânia. A informação foi dada na segunda-feira pelo advogado de Khadzhikurbanov.

Em declarações à agência de notícias TASS, Alexey Mikhalchik revelou que o cliente havia “assinado um contrato com o Ministério da Defesa russo para receber o perdão presidencial”, e que o mesmo assumiu uma “posição de liderança” em uma das unidades de batalha.

Apesar de ter insistido em na sua inocência ao longo do julgamento, Khadzhikurbanov foi condenado em 2014 pelos tribunais russos a 20 anos de prisão. O ex-agente da lei carrega a sentença de ter sido mandante do crime que na época desencadeou uma onda de protestos no Ocidente.

A colunista morta a tiro na porta de seu apartamento em Moscou era uma crítica ferrenha da atuação do governo Putin no conflito na Chechênia, e o atentado que acarretou em sua morte simboliza o início de uma repressão mais contundente do Kremlin aos meios de comunicação independentes.

Os editores do jornal Novaya Gazeta, onde a Anna atuava, e familiares da vítima declararam em nota conjunta que “o Estado há muito deixou de proteger a lei, mas usa a lei de acordo com o seu próprio entendimento pervertido”.

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Ainda de acordo com a nota, o perdão presidencial não é prova do arrependimento do assassino.

“Este é um fato monstruoso de injustiça e arbitrariedade, um ultraje à memória de uma pessoa morta pelas suas crenças e pelo cumprimento do seu dever profissional”, acrescentam os editores e familiares. 

A prática de recrutar prisioneiros como soldados se tornou algo comum na Rússia, que renova as tentativas de dar continuidade à invasão de mais de 20 meses na Ucrânia.

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Na sexta-feira, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, confirmou a medida de perdoar condenados e transformá-los em combatentes como uma política de governo. Ele disse que os presos poderiam obter perdão mesmo por “crimes graves”.

“Os ex-presidiários podem expiar com sangue no campo de batalha, em brigadas de assalto, sob balas, sob granadas”, disse Peskov aos repórteres, ao comentar outro caso de um condenado que foi perdoado por Putin.

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