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Putin ‘se colocou no lado errado da história’, dizem líderes do G7

Representantes das sete economias mais industrializadas culparam presidente russo por 'reintroduzir guerra ao continente europeu'

Por Caio Saad Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 24 fev 2022, 15h14 - Publicado em 24 fev 2022, 14h20
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  • Em um comunicado conjunto emitido ao final de uma reunião virtual nesta quinta-feira, 24, os líderes do G7, o grupo das sete economias mais ricas e industrializadas, afirmaram que o presidente russo, Vladimir Putin, “se colocou do lado errado da história” ao “reintroduzir a guerra ao continente europeu”.

    “Condenamos o presidente Putin por sua constante rejeição a participar em um processo diplomático para responder às questões a respeito da segurança europeia, apesar de nossas repetidas ofertas”, diz o documento. “Nos posicionamos juntos como parceiros, incluindo a Otan, a União Europeia e seus Estados-membros, assim como a Ucrânia, e continuamos determinados em fazer o que é necessário para preservar a integridade da ordem internacional baseada em regras”.

    + Tudo o que se sabe até agora sobre a invasão da Rússia à Ucrânia

    Em mensagem no Twitter após o encontro, o presidente americano, Joe Biden, disse ter concordado com outros líderes em “seguir em frente com pacotes de sanções devastadores e outras medidas econômicas para responsabilizar a Rússia”.

    O encontro do G7, grupo composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, durou pouco mais de uma hora, de acordo com uma autoridade da Casa Branca que falou à rede CNN.

    Entre os participantes, de acordo com a Casa Branca, estavam o presidente americano, Joe Biden, o chanceler alemão, Olaf Scholz, o premiê canadense, Justin Trudeau, o presidente francês, Emmanuel Macron, o premiê italiano, Mario Draghi, o premiê japonês, Kishida Fumio, e o premiê britânico, Boris Johnson. Também participaram a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg.

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    Durante reunião na Inglaterra em dezembro, os ministros das Relações Exteriores do países do G7 já haviam levantado preocupação com a possibilidade de uma ofensiva russa contra a Ucrânia, indicando uma frente unidade para o enfrentamento de um possível ataque.

    Durante a madrugada desta quinta-feira, forças russas invadiram a Ucrânia por terra, mar e ar concretizando os temores do Ocidente com o maior ataque de um Estado contra outro na Europa desde a II Guerra Mundial. Mísseis russos foram lançados contra cidades ucranianas e Kiev relatou tropas entrando em suas fronteiras nas regiões de Chernihiv, Kharkiv e Luhansk, e chegando via mar nas cidades portuárias de Odessa e Mariupol, ao sul do país.

    Pouco depois, as principais potências do mundo se posicionaram. A Organização do Tratado do Atlântico Norte, principal aliança militar ocidental, afirmou que irá fortalecer suas forças no leste ucraniano, após o “terrível ataque” ao país. Em nota, a aliança disse que irá enviar forças defensivas terrestres e aéreas, já aumentando a prontidão de forças.

    “As ações da Rússia apresentam uma séria ameaça à segurança Euro-Atlântica, e terão consequências geoestratégicas. A Otan continuará tomando todas as medidas necessárias para garantir a segurança e defesa de nossos aliados”, afirmou em comunicado.

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    Já a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, prometeu “enfraquecer a economia da Rússia e sua capacidade de modernização” após o “ataque bárbaro”.

    Em breve comunicado, o presidente americano, Joe Biden, acusou Putin de lançar um ataque “não provocado e injustificado” à Ucrânia e de apostar em uma “guerra premeditada” que causará perdas “catastróficas”.

    “Somente a Rússia é responsável pela morte e destruição que este ataque trará, e os Estados Unidos e seus aliados e parceiros responderão de maneira unida e determinada. O mundo fará com que a Rússia preste contas”, disse Biden em um breve comunicado

    Sanções já apresentadas pelos Estados Unidos estipulam cortes de financiamentos ocidentais a bancos russos e outras instituições, fazendo com que o Exército russo perca parte de seu financiamento.

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    Apesar de represálias, incluindo na forma de sanções econômicas, o governo russo já vinha aproveitando o momento para colocar ainda mais  pressão sobre a Ucrânia e o presidente Volodymyr Zelensky, afirmando que a melhor solução para acabar com a crise seria o país desistir de entrar na Otan, principal aliança militar ocidental e grande ponto de atrito entre a Rússia e o Ocidente. 

    Na segunda-feira, Moscou reconheceu a independência das regiões separatistas de Donetsk e Luhansk, que formam Donbas. Poucas horas depois, Putin anunciou a publicação de um decreto ordenando que o Ministério da Defesa envie tropas para “funções de manutenção da paz” para as repúblicas autoproclamadas. 

    Segundo Putin, uma eventual adesão do país vizinho à Otan é uma ameaça não apenas à Rússia, “mas também a todos os países do mundo”. De acordo com ele, uma Ucrânia próxima ao Ocidente pode ocasionar uma guerra para recuperar a Crimeia – território anexado pelo governo russo em 2014 –, levando a um conflito armado. 

    A aliança, por sua vez, afirma que “a relação com a Ucrânia será decidida pelos trinta aliados e pela própria Ucrânia, mais ninguém” e acusa a Rússia de enviar tanques, artilharia e soldados à fronteira para preparar um ataque.

    Em fala na terça-feira, Putin também fez menção também aos Acordos de Minsk, negociados em 2015, sob mediação da Alemanha e França, para um cessar-fogo nas duas regiões, que teriam em troca autonomia administrativa. Segundo ele, não há mais nada para ser cumprido e culpa o governo da Ucrânia pelo fracasso do acordo. 

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