Putin se recusa a discutir anexação da Crimeia em reunião com Trump
Síria, Irã e desnuclearização da Península Coreana estarão na agenda; porém, encontro será dominado pela interferência russa nas eleições americanas de 2016
A Crimeia é parte inalienável da Rússia e, portanto, não é assunto para se tratar em qualquer negociação, afirmou hoje o Kremlin. O governo russo se nega a discutir o tema na reunião entre o seu presidente, Vladimir Putin, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no dia 16 de julho.
“O presidente da Rússia explicou muitas vezes que a Crimeia não está e nem estará na agenda, porque é parte inalienável da Rússia”, disse hoje aos jornalistas o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov. Ele acrescentou que Moscou está aberta ao diálogo sobre as múltiplas questões nas quais os dois países divergem.
“Finalmente a vontade política se impôs, e ganha posições a ideia de que essas diferenças não devem ser um obstáculo para estabelecer e ampliar o diálogo bilateral, neste caso, no mais alto nível”, ressaltou Peskov.
O Kremlin e a Casa Branca confirmaram na semana passada a realização de um encontro bilateral entre Putin e Trump, a acontecer do dia 16 de julho em Helsinki, na Finlândia, considerado território neutro.
A posição russa nos conflitos na Síria e na Ucrânia, o desarmamento nuclear, a saída dos Estados do acordo com o Irã, a situação no Oriente Médio certamente estarão na pauta das conversas. Mas, em especial, o diálogo será dominado pela investigação federal, nos Estados Unidos, sobre a suposta ingerência da Rússia nas eleições presidenciais de 2016, que deram vitória a Trump.
Não há expectativas de grandes avanços nesta primeira reunião em nove anos entre os líderes das duas grandes potências. O objetivo principal é conter a deterioração das relações russo-americanas, que passam pelo pior momento desde a queda da União Soviética.
(Com EFE)