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Mês dos Pais: Revista em casa por 7,50/semana

Quais as seis (ou sete) guerras que Trump diz ter encerrado?

Desde início de mandato, presidente vem reforçando autointitulado papel como negociador da paz

Por Flávio Monteiro
20 ago 2025, 10h46

Ao longo do avanço de negociações para tentar colocar um fim à guerra na Ucrânia, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vem reforçando seu autointitulado papel como um negociador da paz. Desde sua posse, em janeiro, o republicano reiteradamente diz ter resolvido diferentes conflitos e acredita merecer o Prêmio Nobel da Paz.

“Eu terminei seis guerras. Todos esses acordos, sem sequer mencionar a palavra cessar-fogo”, afirmou o presidente americano na segunda-feira, 18, quando se encontrou com líderes europeus, incluindo o mandatário ucraniano, Volodymyr Zelensky, para discutir questões referentes a um possível acordo de paz com a Rússia.

No dia seguinte, em entrevista à emissora americana Fox News, o número de conflitos supostamente encerrados por Trump subiu para sete. Questionado sobre o que o motivava a “ser um pacificador”, ele respondeu: “eu realmente quero chegar ao céu”.

Mas quais foram esses conflitos que o mandatário americano afirma ter encerrado?

Israel e Irã

Em 13 de junho, Tel Aviv e Teerã deram início a um conflito de 12 dias que teve grande repercussão global. Tudo começou quando Israel, contando com o apoio dos Estados Unidos, iniciou uma série de ataques contra instalações nucleares iranianas, como um esforço para impedir que o Irã desenvolvesse seu programa nuclear — que ganhou força após os EUA abandonarem unilateralmente um acordo com os iranianos. 

No dia 23 do mesmo mês, Trump subitamente anunciou um cessar-fogo entre os países, afirmando que Israel recuaria devido a pedidos de Washington. Desde então, nenhum outro confronto militar entre as nações ocorreu, mas há dúvidas sobre a durabilidade do acordo.

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Índia e Paquistão

Trump reivindicou os créditos pelo fim das hostilidades entre Índia e Paquistão, após um ataque terrorista na Caxemira desencadear uma escalada militar entre as duas potências nucleares que deixou o mundo em alerta no mês de maio.

A posição do presidente é apoiada por Islamabad, que agradeceu publicamente o americano por ajudar a acabar com as hostilidades e disse ter interesse em nomeá-lo para o Prêmio Nobel da Paz.

Nova Délhi, por outro lado, afirma que o cessar-fogo aconteceu após o Paquistão ser pressionado por sua ofensiva militar. Os indianos reconhecem o papel dos EUA na mediação, mas dizem ter negociado diretamente com os vizinhos para um cessar-fogo.

Armênia e Azerbaijão

No início de agosto, Trump recebeu o presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, e o primeiro-ministro da Armênia, Nikol Pashinyan, em uma cerimônia para a assinatura de uma declaração conjunta que aproxima os países do fim do conflito armado, que reiniciou em 2023 em meio a disputas pelo controle da região de Nagorno-Karabakh. Tanto Aliyev, quanto Pashinyan elogiaram Trump na ocasião.

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Ainda não se trata de um acordo de paz, mas foi o primeiro encontro entre representantes das nações desde o final dos anos 80, quando as hostilidades entre armênios e azeris iniciaram. Como resultado das negociações, os Estados Unidos ganharam o direito de desenvolver uma rota comercial dentro do território armênio, a Rota Trump para a Paz Internacional e Prosperidade.

Porém, uma paz duradoura segue distante. Baku exige que Ierevan altere sua constituição e remova qualquer menção referente a Nagorno-Karabakh. O Azerbaijão também ocupa pequenas porções de território armênio, justificando preocupações de segurança. Até o momento, não há concordância com uma fronteira compartilhada.

República Democrática do Congo e Ruanda

Em junho, representantes de Ruanda e da República Democrática do Congo foram até a Casa Branca para fechar um acordo de paz que encerraria um conflito de mais de 30 anos. Na ocasião, Trump chamou o episódio de “triunfo glorioso”.

No entanto, as negociações acabaram não evoluindo, e conflitos entre combatentes continuaram. Nesta segunda, o principal grupo rebelde congolês, o M23, apoiado por Ruanda, afirmou que Kinshasa “não quer a paz” e que o Exército nacional teria quebrado o acordo.

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Camboja e Tailândia

Pelo menos 42 pessoas morreram e 300 mil foram deslocadas desde o início das hostilidades entre Tailândia e Camboja, no dia 24 de julho. O confronto foi um dos mais sangrentos entre as nações em décadas.

Um cessar-fogo foi alcançado após Trump ameaçar interromper negociações comerciais com os países caso não chegassem a um acordo de paz. No entanto, nenhuma questão referente à motivação para as hostilidades — a disputa por importantes templos hindus centenários na fronteira — foi solucionada.

Etiópia e Egito

As hostilidades entre Cairo e Adis Abeba não chegaram a confrontos militares, mas houve grande tensão envolvendo a possibilidade das nações africanas entrarem em guerra por uma disputa pela maior usina hidrelétrica da África.

A construção da Grande Barragem do Renascimento Etíope gerou reclamações por parte do Egito, que indicava a possibilidade de afetar as águas do rio Nilo. Os Estados Unidos prometeram resolver o problema, mas até o momento nenhum acordo formal foi alcançado.

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Sérvia e Kosovo

Em tensão desde a década de 90, Sérvia e Kosovo quase deram início a um confronto armado em 27 de julho, de acordo com Trump, o que só foi evitado devido à ação do presidente. “Seria uma grande guerra. Eu disse que se eles fizessem isso, não haveria comércio com os Estados Unidos. Eles disseram: bem, talvez não vamos”, disse Trump à época.

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