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Queda de Assad é ‘ato de justiça’, mas gera ‘momento de incertezas’, pondera Biden 

Presidente americano disse estar ciente do fato de que Estado Islâmico tentará tirar vantagem de vácuo de poder e que "não deixaremos isso acontecer"

Por Da Redação
Atualizado em 8 dez 2024, 15h55 - Publicado em 8 dez 2024, 15h54

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou neste domingo, 8, que a queda do presidente sírio, Bashar al-Assad, é “fundamentalmente um ato de justiça” e uma oportunidade histórica para que o povo da Síria, que há tanto sofre, construa um futuro melhor para seu país”. A tomada da capital, Damasco, por rebeldes, no entanto, é também “um momento de risco e incerteza, e todos nos viramos às pergunta do que vem a seguir”, ponderou o democrata.

“Por anos, os principais apoiadores de Assad foram o Irã, o Hezbollah e a Rússia. Mas, na última semana, o apoio deles desmoronou, todos os três, porque todos os três estão muito mais fracos hoje do que quando assumi o cargo”, disse Biden. “O resultado de tudo isso é que, pela primeira vez, nem a Rússia, nem o Irã, nem o Hezbollah conseguiram defender esse regime abominável na Síria”.

O líder americano ressaltou que enviará representantes ao Oriente Médio e conversará com líderes da região para “garantir a estabilidade”, assim como participação de todos os grupos sírios no processo liderado pelas Nações Unidas para transição de poder.

“Estamos cientes do fato de que o Estado Islâmico tentará tirar vantagem de qualquer vácuo para restabelecer suas capacidades e criar um refúgio seguro. Não deixaremos isso acontecer”, disse. “Agora cabe a todos os grupos de oposição buscar um papel no governo da Síria, para demonstrar seu comprometimento com os direitos de todos os sírios, o Estado de direito e a proteção das minorias religiosas e étnicas”.

Transição de poder

Mais cedo, o representante especial da ONU para a Síria, Geir Pedersen, pediu negociações urgentes para garantir uma “transição política ordenada”. A jornalistas, ele afirmou que o objetivo deveria ser a implementação da Resolução 2254 da ONU, adotada em 2015 e que exige um processo político liderado pelos sírios, começando com a formação de um órgão governamental de transição, seguido pela redação de uma nova Constituição e, por fim, eleições supervisionadas pela ONU.

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Depois de tomar Damasco, os rebeldes afirmaram que continuam trabalhando para finalizar a transferência de poder na Síria para um governo de transição com plenos poderes executivos. O primeiro-ministro sírio, Mohammed Ghazi Jalali, disse que o governo está pronto para “estender a mão” à oposição e entregar suas funções a um governo de transição.

O líder do grupo jihadista Hayet Tahrir al-Sham (HTS), Abu Mohammed al-Jawlani, que dirige a coalizão rebelde, pediu a seus combatente que não se aproximem das instituições públicas, assegurando que permanecem sob a autoridade do primeiro-ministro até a “transferência oficial” de poder.

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Desde o último sábado, os rebeldes têm avançado por cidades estratégicas do país. O exército sírio, que tentou conter os radicais e recebeu ajuda da Rússia e do Irã, abandonou a cidade de Homs, a 160 quilômetros da capital, que foi tomada na manhã de sábado. Membros do exército teriam deixado o local de helicóptero.

A queda de Assad marca o fim de uma dinastia de mais de 50 anos. No poder desde 2000, o líder comandou com repressão o país depois de herdar a cadeira do pai, Hafez al-Assad, também presidente por mais de 30 anos. 

A guerra civil síria começou há 13 anos, durante a Primavera Árabe, e se transformou em um conflito sangrento e multifacetado envolvendo grupos de oposição domésticos, facções extremistas e potências internacionais, incluindo os Estados Unidos, o Irã e a Rússia. Mais de 500.000 sírios morreram, e milhões fugiram de suas casas.

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