Quem é Angelo Bonelli, o deputado italiano que diz ter dado o endereço de Zambelli
Deputada foi presa nesta segunda-feira, 29, na Itália

A deputada Carla Zambelli (PL-SP) foi presa na Itália nesta terça-feira, 29, após uma denúncia do deputado italiano Angelo Bonelli. A informação da prisão foi confirmada à coluna Radar da VEJA. O parlamentar, da coalizão Aliança Verdes e Esquerda, disse nas redes sociais que foi responsável por informar o endereço de Zambelli à polícia de Roma.
“Carla Zambelli está em um apartamento, em Roma. Informei o endereço à polícia e, neste momento, a polícia está identificando Zambelli”, escreveu o deputado no X, antigo Twitter.
Carla #Zambelli e’ in una casa a Roma. Ho comunicato alla polizia l’indirizzo ed in questo momento la polizia ha identificato Zambelli.
Carla Zambelli está em um apartamento, em Roma. Forneci o endereço à polícia, neste momento a polizia esta identificando Zambelli. pic.twitter.com/UWDg3j7Hen— Angelo Bonelli (@AngeloBonelli1) July 29, 2025
Bonelli entrou para a política em 1990, quando foi eleito vereador. De 1993 a 1994, foi presidente do distrito da cidade de Roma. Subiu de patamar, e tornou-se deputado em 2006. Dois anos mais tarde, lançou campanha a primeiro-ministro, mas fracassou. Foi Silvio Berlusconi, figurinha da extrema direita, que escolhido para retomar o cargo de premiê — ele já havia governado a Itália em outras duas vezes, de 1994 a 1995, e de 2001 a 2006.
Nas eleições regionais de Lácio, em 2010, voltou para o Conselho Regional, por onde passou na década de 1990. Após dois anos, tentou se eleger prefeito de Taranto. Os votos recebidos, no entanto, não foram expressivos (12%). Sem a prefeitura, tornou-se co-porta-voz dos partido Federazione dei Verdi, voltado para a causa ambiental.

Entre idas e vindas, que incluíram uma renúncia ao cargo de vereador por motivos pessoais e uma tentativa de alçar-se ao Senado, ele voltou a ocupar a cadeira de deputado pela coligação Alleanza Verdi e Sinistra em 2022. Ele foi eleito pelo distrito de Imola, na Emília-Romagna, e também atua como secretário da Comissão de Meio Ambiente.
Em junho, Bonelli protocolou uma interpelação formal aos ministros das Relações Exteriores, da Justiça e do Interior da Itália para que Zambelli fosse extraditada do país. A deputada foi condenada em maio pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos e 8 meses de prisão, devido ao envolvimento em um esquema, comandado pelo hacker Walter Delgatti Neto, para inserir mandados de prisão falsos no sistema do Conselho Nacional de Justiça. Ela fugiu para os Estados Unidos e, depois, foi para a Itália.