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Quem é Francia Márquez, a primeira vice-presidente mulher da Colômbia

Com uma história de superação digna de programa de TV, a ativista ambiental precisará mostrar que também sabe fazer política

Por Vitória Barreto
21 jun 2022, 17h11

No último domingo 19, o segundo turno das eleições colombianas marcaram dois resultados inéditos. Gustavo Petro será o primeiro presidente de esquerda a governar a Colômbia e Francia Márquez, a primeira mulher negra a ser vice-presidente. A vitória de Márquez, mãe solteira que trabalhava como empregada doméstica antes de tornar-se ativista pelas causas ambiental e racial, teve um quê simbólico no país dominado pela desigualdade social.

O histórico de ativismo da nova vice-presidente começou na adolescência, quando descobriu que sua comunidade, La Toma, em Cauca, seria afetada por obras de uma multinacional no rio Ovejas. Foi o pontapé inicial para que se tornasse advogada, lecionando em universidades e entrando em contato com políticos em eventos de ONGs ambientais. 

O trabalho duro deu frutos. Em 2018, foi indicada para o Prêmio Goldman, o equivalente do prêmio Nobel da Paz para questões de sustentabilidade, devido à luta contra a mineração ilegal. Mas também trouxe complicações. Após um protesto em La Tampa contra o garimpo em terras indígenas, Márquez recebeu tantas ameaças que teve que deixar a comunidade – mas conseguiu que todos os equipamentos fossem confiscados.

Durante a campanha eleitoral, recebeu elogios até de Marelen Castillo, agora ex-candidata da oposição. “Tenho muita admiração por Francia Márquez, que, como eu, se construiu com a pura força de vontade”, disse.

Márquez e o presidente Petro, contudo, terão dificuldades para cumprir os votos de sustentabilidade, justiça social e fim do autoritarismo, no que o partido Colombia Humana chama de romper “o sistema de desigualdade” do país. 

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Petro não tem maioria legislativa para implementar muitas de suas propostas, desde uma reforma do sistema carcerário que priorizaria a justiça restaurativa até o desmonte gradual do modelo extrativista e do uso de combustíveis fósseis para lutar contra as mudanças climáticas.

O próximo governo da Colômbia, pelo menos, receberá uma economia em crescimento, após profunda crise causada pela pandemia de Covid-19. O PIB do país cresceu um recorde de 10,7% em 2021 e deve subir 6,5% em 2022. O déficit do governo deve atingir 5,6% do PIB, em comparação com uma meta anterior de 6,2%. 

Francia Márquez tem muita destreza no campo do ativismo. Resta ver como isso será traduzido para o governo.

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