Rebeldes huthis afirmaram nesta segunda-feira que o ex-presidente do Iêmen Ali Abdallah Saleh foi morto durante combates na capital, Sanaa. A morte do político de 75 anos foi confirmada por seu partido, o Congresso Geral do Povo (CPG), à emissora Al Jazeera.
Também segundo a rede de notícias do Catar, Saleh foi assassinado pelos rebeldes huthis durante um ataque com tiros e granadas ao seu carro. Mais cedo, circularam informações que uma das casas do ex-presidente havia sido alvo de explosivos plantados pelos insurgentes.
Fotos e vídeos, aparentemente feitos por rebeldes, circulavam nas redes sociais logo antes do anúncio dos huthis, mostrando o que parece ser o corpo de Saleh sem vida com um corte profundo atrás da cabeça. Um vídeo mostra ele sendo carregado em um cobertor florido, o rosto imóvel e a camisa ensanguentada.
Ali Abdallah Saleh presidiu o Iêmen por 33 anos antes de deixar o poder em 2012, sob pressão das ruas. Em 2014, se aliou aos rebeldes huthis apoiados pelo Irã para assumir o controle de Sanaa e lutar contra a coalizão liderada pela Arábia Saudita.
No sábado, Saleh declarou que estava trocando suas alianças na guerra civil para iniciar um diálogo com os sauditas, que lutam para reinstalar o governo apoiado pela ONU no país. Logo depois, foi ameaçado de morte pelos huthis.
O ex-presidente e os rebeldes controlavam juntos Sanaa há mais de três anos, mas uma disputa pela gestão das finanças e o poder, agravada por suspeitas de contatos secretos entre Saleh e Riad, desencadeou a crise na capital iemenita. Os combates entre os ex-aliados deixaram mais de 125 mortos ou feridos nos dois lados desde a quarta-feira passada, de acordo com fontes de segurança e hospitalares.
(com AFP)