O jornalista venezuelano-espanhol Luis Carlos Díaz foi preso por agentes do serviço de inteligência do governo de Nicolás Maduro e sua residência foi alvo de buscas, informou nesta terça-feira, 12, o Sindicato de Trabalhadores de Imprensa da Venezuela (SNTP, na sigla espanhol).
“Levaram computadores, pen drive, celulares, dinheiro, entre outras coisas. Diaz teve permissão para presenciar as buscas algemado e relatou ter sido agredido durante a detenção”, afirmou o sindicato sobre as buscas em mensagem no Twitter.
O jornalista foi acusado pelo dirigente governista Diosdado Cabello – considerado o “número 2” do chavismo – de ter relação com a suposta “sabotagem” ao sistema elétrico que deixou o país às escuras desde a última quinta-feira 7.
Cabello baseou suas acusações em um vídeo de um programa de rádio de Díaz no qual ele oferece conselhos sobre como é possível manter-se informado e divulgar informações durante o blecaute.
Familiares e colegas de Díaz denunciaram seu desaparecimento, que, segundo eles, aconteceu às 5h30 (6h30 em Brasília) de segunda-feira 11, quando o jornalista participaria de um programa informativo sobre o grande blecaute.
Naky Soto, mulher de Díaz, denunciou as buscas em sua residência durante a madrugada. Ela convocou um protesto no Ministério Público para exigir a liberdade de seu marido, um crítico do governo de Nicolás Maduro e muito ativo e reconhecido nas redes sociais.
A prisão acontece depois que, em 7 de março, o jornalista americano Cody Weddle foi detido por doze horas por agentes militares de contraespionagem e deportado para seu país.
A ONG Espacio Público, que defende a liberdade de expressão, registrou cerca de cinquenta prisões de trabalhadores da imprensa na Venezuela em 2019: 27 em fevereiro e 12 em janeiro. Além disso, afirmou que o jornalista alemão Billy Six ainda é mantido na sede do Sebin, em El Helicoide, desde 17 de novembro.
(Com AFP e EFE)