Forças do governo da Síria fizeram avanços significativos neste domingo 16 na província de Alepo, no noroeste do país, tomando a maior parte da região controlada por rebeldes, apenas um dia antes de uma nova rodada de discussões entre Turquia e Rússia sobre a escalada do conflito na região.
Os avanços recentes do governo sírio na região abalaram a frágil cooperação entre Ancara e Moscou, que apoiam lados diferentes do conflito, mas têm colaborado em busca de uma solução política à guerra que dura quase nove anos.
A Turquia, que apoia rebeldes que tentam derrubar o presidente sírio Bashar Assad, está irritada desde que ataques sírios à região de Idlib mataram treze soldados turcos em duas semanas. Pediu que a Rússia interrompa os ataques, alertando que usaria força militar para obrigar as forças sírias a recuar, a menos que elas se retirem até o fim do mês.
No domingo, aviões de guerra da Rússia realizaram fortes ataques aéreos na província de Alepo, bombardeando cidades como Anadan, posteriormente tomada por forças sírias auxiliadas por milícias apoiadas pelo Irã, afirmaram ativistas.
Fontes militares dos rebeldes afirmaram que soldados da oposição retiraram-se da área, incluindo Anadan e a cidade de Haritan.
“No primeiro dia, eles tomaram uma área onde durante oito anos não conseguiram tomar uma única vila”, disse Rami Abdulrahman, diretor do Observatório de Direitos Humanos da Síria, baseado no Reino Unido.
“É um avanço muito rápido do regime (sírio) na região”, disse Abdulrahman. “As facções retiraram-se da maior parte da área”, acrescentou. O Observatório afirmou que as forças sírias tomaram treze cidades e vilas na região.
Desencadeada em março de 2011 com a repressão de manifestações pacíficas, a guerra na Síria matou mais de 380.000 pessoas. Apoiado pela Rússia, Irã e também pelo Hezbollah libanês, o governo de Damasco tem obtido seguidas vitórias e já controla mais de 70% da Síria.
‘Ataques em Idlib precisam parar’
O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu, afirmou neste domingo que disse ao seu correspondente russo que os ataques na região de Idlib, no noroeste da Síria, precisam parar imediatamente e que é necessário chegar a um cessar-fogo duradouro.
“Nós dissemos (à Rússia, no sábado) que a agressão em Idlib precisa parar e que um cessar-fogo duradouro deve ser alcançado agora”, disse Cavusoglu a repórteres na Alemanha, depois da Conferência de Segurança de Munique.
Autoridades turcas e russas discutirão o assunto em Moscou nesta segunda-feira, 17, acrescentou.
(Com Reuters e AFP)