Rei Charles retira títulos reais e expulsa príncipe Andrew de residência da monarquia
Decisão ocorre em meio a revelações sobre o seu envolvimento no esquema de Jeffrey Epstein
O Palácio de Buckingham informou nesta quinta-feira, 30, que o rei Charles III removerá os títulos do príncipe Andrew e o expulsará da residência real. Ele deixará de ser reconhecido como parte da família real e passará a ser chamado de Andrew Mountbatten Windsor. A decisão ocorre em meio a revelações sobre o seu envolvimento no esquema de Jeffrey Epstein, bilionário acusado de tráfico sexual de adolescentes que cometeu suicídio na prisão em 2019.
Em comunicado, o palácio disse que Andrew sairá da residência no Royal Lodge para uma “acomodação privada”. A declaração afirmou que “essas censuras são consideradas necessárias, apesar de ele continuar negando as acusações contra ele”, acrescentando: “Suas Majestades desejam deixar claro que seus pensamentos e mais profunda solidariedade estiveram e continuarão com as vítimas e sobreviventes de todas as formas de abuso”.
Andrew, de 65 anos, é o terceiro filho da falecida rainha Elizabeth II. Há poucas semanas, ele anunciou que havia renunciado aos títulos reais, incluindo o de duque de York, após “discussão com o rei”. Sua amizade com Epstein gerou grande repercussão, aumentando a pressão para que a coroa britânica tomasse uma atitude contundente em repúdio ao suposto envolvimento do príncipe nos crimes sexuais.
+ Príncipe Andrew renuncia a títulos reais, incluindo duque de York, após ‘discussão com o rei’
Amizade com Epstein
Epstein conviveu com milionários de Wall Street, membros da realeza (notadamente, o príncipe Andrew) e celebridades antes de se declarar culpado de exploração sexual de menores em 2008. Em uma entrevista à emissora britânica BBC, Andrew contou que havia cortado os laços com o financista em 2010, mas e-mails revelados posteriormente apontaram que ambos continuaram em contato próximo.
As acusações que levaram o bilionário à prisão em 2019 ocorreram mais de uma década após um acordo judicial que o protegia. Ele foi encontrado morto por enforcamento pouco mais de um mês após parar atrás das grades. Por sua vez, Andrew fechou um acordo com a mais conhecida vítima de Epstein, Virginia Giuffre, que o acusava de tê-la agredido sexualmente em 2001. Ele nunca admitiu culpa.
Giuffre morreu por suicídio em abril. Sua obra póstuma, Nobody’s Girl: A Memoir of Surviving Abuse and Fighting for Justice, foi lançada em outubro e relata três encontros sexuais com Andrew, entre eles um na ilha privativa de Epstein, conhecida como palco de orgias com menores de idade, nas Ilhas Virgens dos Estados Unidos.







