O rei emérito da Espanha, Juan Carlos I, decidiu se afastar totalmente da vida pública a partir de 2 de junho, cinco anos depois de abdicar do trono, informou nesta segunda-feira, 27, o Palácio da Zarzuela. O monarca foi sucedido pelo filho, Filipe VI.
“Acredito que tenha chegado a hora de virar uma nova página na minha vida e de completar minha retirada da vida pública”, afirma o monarca emérito, de 81 anos, em uma carta dirigida a Filipe.
Desde sua abdicação, dom Juan Carlos de Borbón vinha desempenhando algumas atividades institucionais. Chegou a aparecer em diferentes eventos sociais, como o 15 de Maio, dia da corrida de touros na madrilena Plaza de las Ventas, pela festa de Santo Isidoro.
“Desde o ano passado, quando comemorei meus 80 anos, venho amadurecendo esta ideia”, afirmou, acrescentando que, por esse motivo, decidiu agora “dar este passo e deixar de desenvolver atividades institucionais, a partir do próximo dia 2 de junho”.
“Tomo esta decisão com o grande carinho e orgulho de pai que sinto por você, com minha lealdade sempre”, encerra a carta, com um “grandíssimo abraço” ao atual chefe do Estado espanhol, de 51 anos de idade.
Casado com a rainha emérita Sofia, dom Juan Carlos subiu ao trono em 22 de novembro de 1975, por decisão do ditador Francisco Franco, falecido dois dias antes. Foi um dos artífices da transição para a democracia e chegou a registrar alta popularidade entre os espanhóis.
Viu-se forçado a abdicar, porém, por uma série de escândalos, como o envolvimento em uma rede de corrupção de seu genro Iñaki Urdangarin, detido há quase um ano, e o de sua viagem à África com sua ex-amante Corinna zu Sayn-Wittgenstein.
Ela ficou conhecida na Espanha depois de participar com o rei, em 2012, de uma criticada caçada a elefantes em Botsuana. O monarca voltou da viagem com uma fratura no quadril e teve de se desculpar por ter saído de férias em meio à crise econômica no país.
A transição para Filipe VI permitiu à família real reconquistar parte dos espanhóis. Em 2014, os índices de aprovação chegaram ao seu ponto mais baixo desde a ditadura de Franco.
(Com EFE e AFP)