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 Reino Unido assina com Japão primeiro acordo comercial da era pós-Brexit

Pacto é baseado em acordo entre UE e Japão que entrou em vigor no ano passado, mas que deixará de ser aplicado ao Reino Unido a partir de 31 de dezembro

Por Da Redação Atualizado em 11 set 2020, 13h17 - Publicado em 11 set 2020, 13h00

Após uma semana de tensões com a União Europeia, o Reino Unido anunciou nesta sexta-feira, 11, um acordo de livre comércio com o Japão, seu primeiro grande tratado comercial pós-Brexit. O pacto é baseado no acordo entre UE e Japão que entrou em vigor no ano passado, mas que deixará de ser aplicado ao Reino Unido a partir de 31 de dezembro, quando termina o prazo de transição após a saída britânica do bloco. 

O Acordo de Associação Econômica Global entre Reino Unido e Japão foi objeto de um acordo de princípio entre a secretária britânica do Comércio Internacional, Liz Truss, e o ministro das Relações Exteriores do Japão, Motegi Toshimitsu, durante uma videoconferência.

Truss afirma, no entanto, que o pacto “vai muito além” do atual acordo porque assegura novas vitórias para as empresas britânicas em nossas grandes indústrias manufatureiras, de alimentos e bebidas, e de tecnologia”.

“Retomamos o controle de nossa política comercial e continuaremos prosperando como uma nação comercial fora da UE”, celebrou o primeiro-ministro Boris Johnson no Twitter.

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O acordo aumentará o comércio do Reino Unido com o Japão em 19,5 bilhões de dólares, afirmou o governo do premiê Boris Johnson em um comunicado. Opositores e analistas destacaram, no entanto, que o valor representa uma parte ínfima do que o país perderia se não alcançar um acordo de livre comércio com a UE até o fim do ano. 

O comércio total entre o Reino Unido e o Japão em 2018 foi de cerca de 37,74 bilhões de dólares, muito abaixo dos quase 895 bilhões de dólares em exportações e importações entre o Reino Unido e a União Europeia. 

O Reino Unido abandonou a UE em 31 de janeiro, mas estabeleceu um período de transição até dezembro e tenta concluir novos acordos com outros países antes da data.

Londres mantém as esperanças em um grande acordo de livre comércio com os Estados Unidos, que parece cada vez menos provável este anos devido à proximidade das eleições presidenciais neste país. Também viu seriamente ameaçada esta semana as negociações comerciais com Bruxelas, após a apresentação ao Parlamento britânico de um “projeto de lei de mercado interno” que modifica dispositivos para a Irlanda do Norte estabelecidos no acordo de divórcio com a UE.

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Autoridades europeias advertiram que o projeto implicaria uma violação “grave” de um tratado internacional e pediram que Londres retire o texto, sob pena de sofrer ações legais.O tratado em questão, em vigor desde 31 de janeiro, prevê um dispositivo pelo qual a Irlanda do Norte manterá as regras do mercado comum europeu para evitar reimpor uma fronteira com a vizinha República da Irlanda. O objetivo é não colocar em risco a frágil paz que reina na ilha desde o Acordo de Belfast de 1998, que encerrou três décadas de um conflito violento entre republicanos católicos e unionistas republicanos.

O governo Johnson rejeitou o ultimato e o texto começará a ser debatido na segunda-feira na Câmara dos Comuns. A assumida violação do direito internacional provocou críticas inclusive dentro do Partido Conservador do primeiro-ministro que, embora tenha uma ampla maioria parlamentar, poderia ser confrontado com uma rebelião interna como a que acabou com o governo de sua antecessora, Theresa May.

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