A União Europeia anunciou nesta sexta-feira que as conversas sobre a saída do Reino Unido do bloco estão prontas para avançar para um novo estágio. Apesar de questões controversas da relação entre Londres e Bruxelas continuarem em aberto, “os líderes da UE concordaram em seguir para a segunda fase sobre os debates do Brexit”, divulgou o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, no Twitter, parabenizando a premiê britânica Theresa May.
De acordo com o jornal Financial Times, os 27 membros do bloco apoiaram a posição da Comissão Europeia em aceitar as garantias dadas por May sobre termos importantes do divórcio e a respeito das relações futuras entre as partes envolvidas. Os três pontos centrais dizem respeito aos direitos dos cidadãos, à fronteira da Irlanda do Norte e à conta a pagar pela saída.
A segunda etapa das conversas do Brexit será centrada inicialmente nas discussões sobre o período de transição, que deve durar pelos próximos dois anos. Durante essa fase, o Reino Unido continuará sob o mando das leis e regulações europeias, mas sem ter voz ativa nas discussões dentro do bloco ou voto sobre decisões.
A expectativa é de que o diálogo sobre acordos comerciais seja iniciado em março de 2018. Até lá, May deve se reunir com os aliados em Londres para estabelecer os termos desejados para o futuro da parceria. A premiê britânica foi aplaudida pelas lideranças europeias durante um jantar nesta quinta-feira. “Ela fez grandes esforços e isso precisa ser reconhecido”, disse o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker. Ele ressaltou, contudo, que “a segunda fase será significativamente mais difícil que a primeira, e a primeira foi muito difícil”.
Em Londres, o Parlamento britânico aprovou nesta quarta-feira uma emenda que submete qualquer decisão final sobre o Brexit aos deputados. Críticos da medida sustentam que se trata de uma forma de colocar mais barreiras no processo do divórcio do Reino Unido com a União Europeia. Para o líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, a derrota imposta à primeira-ministra, que foi efetivada com votos dos conservadores, foi “uma perda humilhante de autoridade”.