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Relembre os piores ataques químicos na Síria

O mais mortal até hoje aconteceu em Ghouta, em agosto de 2013. Ao todo, 1.429 pessoas morreram, entre elas 426 crianças

Por Julia Braun
Atualizado em 6 abr 2017, 14h27 - Publicado em 5 abr 2017, 16h51
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  • O ataque químico que deixou 72 mortos na cidade de Khan Sheikhoun na terça-feira foi considerado o mais mortal na Síria desde o incidente de agosto de 2013 em Ghouta. Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, 20 crianças estavam entre as vítimas fatais.

    A Comissão da ONU para os Crimes da Síria emitiu um comunicado condenando o ataque e afirmando que investiga as violações como possíveis crimes de guerra. “A Comissão está investigando as circunstâncias em relação a esse ataque, incluindo o suposto uso de armas químicas e atentados subsequentes em instalações médicas onde um número grande de pessoas estavam recebendo tratamento”, dizia o documento.

    Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), ONG que monitora o conflito sírio, o ataque foi conduzido por aviões não identificados. No entanto, ativistas e membros dos principais grupos de oposição ao regime sírio acusam o governo de Bashar Assad pelo ataque. O presidente dos Estados Unidos, Doanld Trump, também culpou o governo.

    É difícil estimar exatamente a quantidade de armas químicas de que o regime sírio dispõe. Em 2013, de acordo com uma avaliação da inteligência francesa, Damasco possuía mais de 1.000 toneladas de agentes químicos e precursores químicos em seu arsenal militar. Atualmente, esse número pode ser ainda maior. O gás mais comum no estoque é o sarin, 500 vezes mais potente que o cianeto e extremante forte mesmo em pequenas quantidades.

    Segundo as principais agências internacionais, o sarin foi o gás usado no ataque dessa terça-feira, descrito por ativistas na região como um dos piores já vividos pelo país ao longo do conflito sírio, que alcançou a marca de 161 ataques químicos em outubro de 2015. Desde dezembro de 2012 até essa data, 1.491 pessoas morreram vítimas de ações com gases químicos.

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    Relembre os mais mortais ataques com armas químicas da guerra na Síria:

    23 de dezembro de 2012

    Essa foi a primeira vez em que o uso de armas químicas foi reportado na guerra da Síria. Ao menos sete pessoas morreram em um ataque das forças do governo sírio em Homs. A arma química usada é conhecida como Agent 15, ou BZ. As pessoas atingidas pelo gás sofreram de náuseas, dificuldade de respirar, perda de visão, paralisia e dificuldade de fala.

    19 de março de 2013

    Ataque nos bairros de Khan al-Assel, em Alepo, e no subúrbio de al-Atebeh, em Damasco, deixaram ao menos 25 mortos. O governo sírio e os rebeldes trocaram acusações sobre a responsabilidade pelo ato. Segundo a ONU, os responsáveis dispararam foguetes com gás sarin contra uma área rural residencial. A substância causa convulsões, insuficiência respiratória e, dependendo do tempo da exposição da vítima ao gás, pode levar à morte.

    24 de março de 2013

    A oposição ao governo de Bashar Assad acusou o regime de usar armas químicas em vários foguetes lançados contra a cidade de Adra, no nordeste de Damasco, deixando dois mortos e 23 feridos. Médicos que atenderam os feridos afirmaram que o principal elemento químico utilizado nas armas foi o fósforo, que prejudica o sistema nervoso e causa tontura e perda de consciência.

    13 de abril de 2013

    A oposição denunciou outro ataque com armas químicas no dia 13 de abril. Segundo os relatos, o exército sírio teria lançado duas bombas de gás de um helicóptero sob a área controlada pelos rebeldes em Alepo, que deixaram 4 mortos e ao menos 23 feridos. As vítimas apresentaram espuma branca na boca e nariz, dificuldade de fala e tremor.

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    21 de agosto de 2013

    Áreas controladas ou disputadas pela oposição nos subúrbios de Ghouta, em torno de Damasco, foram atingidas por foguetes no ataque químico mais mortal da guerra na Síria até hoje. Ao todo, 1.429 pessoas morreram, entre elas 426 crianças. Relatórios da ONU denunciaram o uso do agente sarin. O ataque causou grande comoção e muitos líderes internacionais se pronunciaram sobre a necessidade de intervir no conflito após as mortes.

    16 de março de 2015

    O Conselho de Segurança da ONU confirmou que o exército sírio lançou um ataque com arma química de cloro em Qmenas, na província de Idlib, em que ao menos 70 pessoas foram afetadas. No mesmo dia, um helicóptero também lançou duas bombas em Sarmin, deixando ao menos 6 mortos e 30 feridos.

    7 de abril de 2016

    Ao menos 23 pessoas morreram em um ataque em um bairro controlado por rebeldes curdos em Alepo. Vídeos filmados por jornalistas mostram uma grande nuvem de gás amarela sob os prédios da cidade. As vítimas apresentaram asfixia e náusea.

    2 de agosto de 2016

    O Observatório dos Direitos Humanos denunciou um ataque com armas químicas do governo sírio contra a cidade rebelde de Saraqeb, 50 quilômetros ao sul de Alepo. Foram reportados ao menos 24 casos de asfixia.

     

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