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Republicanos se afastam de Trump por fala sobre supremacistas brancos

Pela segunda vez em duas semanas, republicanos se distanciam do presidente para preservar a própria imagem um mês antes das eleições

Por Da Redação
Atualizado em 1 out 2020, 15h47 - Publicado em 1 out 2020, 15h43

O Partido Republicano dos Estados Unidos está cada vez mais temeroso de que o presidente Donald Trump prejudique a legenda nas eleições do dia 3 de novembro. Desde o debate de terça-feira 29, membros se distanciaram do líder americano depois que ele se recusou a condenar um grupo supremacista branco, o Proud Boys. É o segundo rompimento em duas semanas, já que, na semana passada, republicanos reprovaram a relutância de Trump em aceitar o pleito caso ele perca.

Na quarta-feira 30, Mitch McConnell, o líder da maioria no Senado, disse que era “inaceitável não condenar os supremacistas brancos”, sem citar o nome do presidente. O senador Lindsey Graham, também republicano, disse que o presidente deveria “deixar claro que Proud Boys é uma organização racista antitética aos ideais americanos”.

Durante o debate com o seu adversário, o democrata Joe Biden, Trump disse que o grupo deveria “recuar e aguardar”, mensagem considerada como um endosso tanto entre seus opositores quanto apoiadores. A discussão caótica, marcada por repetitivas interrupções do presidente, colocou tensão sobre sua coalizão política e reforçou ressalvas quanto a seu caráter.

O deputado republicano Tom Cole disse em uma entrevista que Trump deveria denunciar os Proud Boys e outros grupos extremistas em linguagem clara: “Tudo o que ele deveria dizer é: ‘Não há lugar para a intolerância racial neste país'”, disse Cole.

O senador Tim Scott, um dos dois únicos republicanos negros no Congresso, sugeriu que talvez Trump tenha “falado mal” e o instou a consertar seu erro.

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Na quarta-feira, sem reverter totalmente sua fala, Trump insistiu que não sabia nada sobre os Proud Boys, embora não tenha dito isso durante o debate. Além disso, afirmou que “sempre denunciou qualquer forma” de ideologia da supremacia branca, embora tenha repetidamente resistido à denúncia de figuras extremistas e respaldado organizações racistas e de extrema direita, segundo o jornal americano The New York Times.

Em sua primeira campanha presidencial, em 2016, quando o ex-líder da Ku Klux Klan David Duke apoiou sua candidatura, Trump a princípio se recusou a repudiar explicitamente o apoio e disse não saber quem era Duke. O líder americano também não condenou uma demonstração de grupos supremacistas em 2017 em Charlottesville, no estado da Virgínia, quando um dos manifestantes atropelou 20 pessoas que se manifestavam contra a marcha, matando uma delas. À época, ele afirmou que havia “pessoas boas em ambos os lados“.

Apesar disso, não há nenhum sinal de afastamento total de seu partido. Mesmo os republicanos que discordaram de Trump não o repreenderam diretamente – estratégia que os protege dos eleitores conservadores e do próprio presidente.

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Membros da legenda também criticaram a tática de difamação contra Joe Biden. Trump desqualificou o filho falecido do ex-vice-presidente, Beau Biden, e ridicularizou seu filho vivo, Hunter Biden. “Beau Biden é um herói e deve ser reconhecido como tal”, disse o senador Kevin Cramer, de Dakota do Norte.

Segundo o Times, alguns conselheiros de Trump disseram que seu desempenho agressivo remete aos embates com repórteres em coletivas de imprensa sobre o coronavírus no início do ano.

Faltando pouco mais de um mês para a eleição, republicanos temem que a conduta de Trump prejudique outros candidatos republicanos entre grupos eleitorais já insatisfeitos com partido, principalmente mulheres, moderados, eleitores suburbanos e não-brancos.

Com a maioria do Senado em jogo e republicanos da Câmara em risco de extinção, líderes do partido pediram que o presidente se concentrasse na política econômica e na política externa nos próximos debates para tornar o partido mais palatável para o centro.

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