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Reunião vira bate-boca e Trump acusa Zelensky de flertar com ‘Terceira Guerra Mundial’

Presidente dos EUA nega escolher lados entre Rússia e Ucrânia; Visita à Casa Branca envolve assinatura de acordo de minerais entre Washington e Kiev

Por Amanda Péchy Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 28 fev 2025, 15h40 - Publicado em 28 fev 2025, 14h47

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sugeriu nesta sexta-feira 28 que seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, flerta com uma possível Terceira Guerra Mundial, colocando a reunião entre os dois líderes na Casa Branca, que já acontece em meio a um mal-estar alimentado por amargas trocas de insultos nas últimas semanas, em um rumo complicado.

O presidente da Ucrânia viajou a Washington, D.C., nesta sexta-feira para assinar um acordo com o governo Trump que dará a empresas americanas acesso privilegiado às terras-raras no subsolo nacional. O país tem depósitos de 22 dos 34 minerais identificados como “críticos”, de acordo com dados ucranianos, incluindo materiais industriais e de construção, ferroligas, metais preciosos e não ferrosos e alguns elementos de terras-raras. As reservas de grafite no país, um componente-chave em baterias de veículos elétricos e reatores nucleares, representam 20% dos recursos globais.

Mas as falas de Trump durante o encontro desviaram do assunto. Questionado por repórteres sobre sua mensagem aos aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) que estão preocupados com a política expansionista do presidente russo, Vladimir Putin, e com as concessões do governo americano a Moscou na abertura das negociações sobre o fim da guerra na Ucrânia, o republicano não só minimizou o problema, mas atacou Kiev.

Primeiro, respondeu dizendo que está alinhado tanto com a Rússia quanto com a Ucrânia, porque caso contrário ele nunca conseguiria um acordo para o fim das hostilidades. Depois, disse que se recusa a “dizer coisas terríveis sobre Putin”, o que tornaria as negociações difíceis.

“Não estou alinhado com ninguém. Estou alinhado com os Estados Unidos da América e o bem do mundo. Eu estou no meio, sou a favor tanto da Rússia quanto da Ucrânia”, afirmou. “Quero resolver isso.”

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Mas então, em dado momento, Trump disse a Zelensky, ao seu lado, que o ucraniano tinha “que ser grato” a ele, além de acusá-lo de “arriscar uma Terceira Guerra Mundial”.

Zelensky, por sua vez, resistiu. Ele pediu que o presidente americano não faça “nenhum acordo com um assassino” e trouxe à tona a importância de salvaguardas “cruciais” para garantir a sustentabilidade de qualquer acordo de paz.

A certa altura, Trump impediu Zelensky de responder a uma pergunta da imprensa, interrompendo-o bruscamente mesmo depois do ucraniano dizer: “Por favor, me deixe responder.” Em seguida, o republicano afirmou que a Ucrânia não será capaz de ganhar a guerra, que o país está destruído e que é preciso fazer um acordo de paz.

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O vice-presidente dos Estados Unidos, J.D. Vance, também acusou Zelensky de vir a Washington para atacar membros do governo Trump de forma desrespeitosa, dizendo que ele não está em posição de ditar de que forma os americanos devem se sentir.

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Anteriormente, o americano havia elogiado o Exército ucraniano (“incrivelmente corajoso”) por resistir à invasão russa por três anos. No entanto, afirmou que o principal ponto do acordo sobre os minerais ucranianos, que deve ser assinado após a coletiva de imprensa em uma bilateral a portas fechadas, é que “vocês não vão voltar a lutar”.

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O presidente dos Estados Unidos também declarou que, embora a Ucrânia tenha que fazer concessões no contexto de um pacto para o fim da guerra, é apenas porque “não se pode fazer acordos sem concessões”.

No final da reunião transformada em bate-boca, Trump ameaçou Zelensky: “Ou você faz um acordo ou estamos fora”.

“O problema é que eu o capacitei para ser um cara durão, e não acho que você seria um cara durão sem os Estados Unidos. E seu povo é muito corajoso. Mas ou você faz um acordo ou estamos fora”, afirmou. “Você não tem as cartas. Assim que assinarmos o acordo, você estará em uma posição muito melhor. Mas não está agindo de forma agradecida, e isso não é uma coisa boa”, concluiu, antes de encerrar o encontro.

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