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Ricos, poderosos e hostilizados: os 100 dias da família Trump

Desde a posse de Donald Trump, seus cinco filhos e a atual esposa foram alvos de escândalos políticos, situações de bullying e muitos memes

Por Angela Nunes Atualizado em 25 abr 2017, 18h29 - Publicado em 25 abr 2017, 17h44
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  • A administração republicana marca seus 100 primeiros dias no domingo, 29. Muito antes de cobiçar a Casa Branca, a família Trump já frequentava os holofotes e suas aventuras costumavam ter destaque na imprensa. Com o patriarca alçado ao cargo de presidente dos Estados Unidos, no entanto, o escrutínio da vida pessoal e pública de sua prole chegou ao auge.

    Nos 100 dias desde a posse de Donald Trump, seus cinco filhos e a atual esposa ocuparam as manchetes quase que diariamente e protagonizaram de escândalos políticos a situações de bullying, que se tornaram terreno fértil para fofocas e muitos memes.

    Melania 

    Durante a cerimônia presidencial, a jovem esposa de Trump foi o centro das atenções por motivos pouco nobres: as grosserias do presidente, em oposição ao cavalheirismo de seu antecessor, Barack Obama, e o eclipse provocado pela enteada Ivanka, apontada por muitos como mais adequada para exercer o papel de primeira-dama.

    As duas situações parecem ter se agravado e hoje Melania vive em Nova York, distante do marido, enquanto Ivanka domina a cena na Casa Branca.

    O endereço da primeira-dama, além de levantar questionamentos sobre seu casamento, provocou uma onda de protestos em que 500.000 pessoas assinaram uma petição para que se mude para Washington.

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    A razão é que cada dia de estadia na sua cobertura na Trump Tower, em Manhattan, custa aos cofres americanos 146.000 dólares em segurança. A primeira-dama deve permanecer na cidade até junho, quando Barron, o caçula da família e único de filho de Trump com sua atual mulher, de 11 anos, conclui o ano letivo.

    No meio de toda a confusão, Melania teve uma boa notícia. O tabloide inglês Daily Mail, que havia sugerido que ela trabalhou como acompanhante durante sua carreira de modelo, nos anos 1990, concordou em pagar uma indenização e se desculpar pelas insinuações. A ex-modelo, única primeira-dama a já ter posado nua, movia um processo contra o jornal.

     Ivanka

     A preferida e mais famosa filha do presidente, Ivanka, que já foi modelo, vice-presidente executiva das Organizações Trump, jurada do reality show O Aprendiz e é dona de uma grife de moda, tornou-se, como braço-direto do pai, uma das pessoas mais poderosas do mundo.

    Sua influência no governo é tanta que, mesmo sem ter um cargo protocolar – recentemente foi nomeada “assessora informal” de Trump – e trabalhar sem remuneração, ganhou um escritório na Casa Branca. Seu marido, Jared Kushner, é também assessor do presidente e ocupará a chefia do futuro Escritório de Inovação Americana.

    Ivanka esteve presente em reuniões com líderes mundiais, o que fortaleceu as acusações de nepotismo e questionamentos éticos sobre seu papel no governo. Durante a visita do primeiro-ministro canadense Justin Trudeau, chegou a publicar em sua conta na rede social Twitter uma foto em que aparece sentada na cadeira presidencial. Choveram críticas.

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    As polêmicas não param por aí.

    Depois que grandes lojas deixaram de vender sua marca de roupas, envolvida em denúncias de produção na Indonésia e acusações de plágio, Donald Trump escancarou o conflito de interesses e reclamou publicamente da decisão da rede Nordstrom. Não bastasse isso, Kellyanne Conway, uma das principais assessoras do presidente, saiu em defesa dos Trump e declarou em entrevista que as pessoas deveriam comprar os produtos de Ivanka, uma evidente violação à lei federal que regula o comportamento de funcionários públicos. A Casa Branca advertiu a assessora, mas o episódio reforçou as críticas à conduta ética dos Trump.

     Ivanka foi ainda achincalhada por se exibir em um vestido de 5.000 dólares no mesmo dia em que seu pai proibiu, em fevereiro, a entrada de refugiados e cidadãos muçulmanos no país.

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    Nem mesmo os olhos da ex-modelo escaparam da atenção da imprensa. O debate do momento é se a primeira-filha usa lentes de contato verdes, já que em algumas fotos  seus olhos parecem ser castanhos e em outras ter um verde profundo e artificial.

     Donald Trump Jr.

    O primogênito Donald Jr., assim como o pai, é adepto de declarações bombásticas nas redes sociais. Logo após o atentado que deixou cinco mortos em Londres, no fim de março, Jr. alfinetou o prefeito da cidade, Sadiq Khan. Em sua conta no Twitter, publicou uma matéria de 2016 em que o prefeito dizia que ataques terroristas são ‘parte integrante’ de viver em uma grande cidade e acrescentou: “Você só pode estar brincando comigo?!”. O político inglês esnobou Donald Jr. e respondeu que tinha coisas “bem mais importantes” para se preocupar do que com ofensas nas redes.

    Junto com seu irmão mais novo, Eric, Donald Jr. gosta de caçar e já causou muita indignação exibindo fotos com animais abatidos, entre eles um búfalo, um leopardo e um rinoceronte, além do rabo arrancado de um elefante. As imagens são de 2012, mas a internet não esquece a polêmica. Um projeto assinado por Trump-pai no início de abril, que elimina restrições à caça, como atirar em ursos enquanto hibernam, gerou a fúria dos defensores dos direitos dos animais e trouxe de volta as imagens dos irmãos.

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    Donald Jr. não parece mesmo ter muita sorte com suas fotos. Em uma matéria publicada pelo jornal americano New York Times em março, Jr. foi retratado ao ar livre, sentado em um tronco de árvore. A foto sacudiu a internet e gerou um número incalculável de memes.

     Eric

    Além da polêmica sobre o gosto pela caça, compartilhada com o irmão Donald Jr., Eric dominou as manchetes por suas declarações em defesa do nepotismo. Em diversas entrevistas, disse que o nepotismo é um “fator da vida” e uma “coisa bonita”.

    Eric também colocou fogo nas críticas ao papel de Ivanka no governo Trump ao dizer ter certeza de que foi a irmã quem encorajou o pai a bombardear a Síria.

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    Tiffany

    A desinibida filha de Trump com sua segunda esposa, a atriz Marla Ann Maples, adora publicar fotos em poses sensuais atraindo atenção constante para sua conta na rede social Instagram, que tem 768 000 seguidores. Antes de o pai ser eleito, eram comuns suas fotos de biquíni.

    Durante a semana de moda de Nova York, em fevereiro, Tiffany enfrentou cenas de constrangimento. Os dois editores de moda que deveriam sentar-se ao seu lado pediram para mudar de lugar e ninguém mais quis ocupar o espaço. Imagens dos assentos vazios acompanhadas de comentários maldosos pipocaram nas redes sociais e a atriz Whoopi Goldberg saiu em defesa de Tiffany.

    Em seu programa de televisão, Whoopi acusou os editores de fazer bullying com a primeira-filha e se ofereceu para sentar ao seu lado. “Ninguém está aí para falar de política, mas para assistir a um desfile! Ela não quer falar de eleições, quer falar de moda.” Tiffany agradeceu o gesto da atriz publicamente em seu Twitter: “Adoraria me sentar com você”, escreveu.

     

     

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