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Rival de Maduro, González agradece Brasil e outros países por cobrarem atas eleitorais

Declaração ocorre um dia após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se pronunciar pela primeira vez sobre a situação na Venezuela

Por Paula Freitas 31 jul 2024, 13h51

Edmundo González, candidato que a oposição venezuelana diz ter vencido o pleito contra o presidente Nicolás Maduro, agradeceu nesta quarta-feira, 31, o Brasil, outros países e organizações internacionais por cobrarem o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, que proclamou a vitória de Maduro, a divulgação das atas eleitorais. A oposição e uma série de governos contestaram o triunfo do regime chavista por falta de transparência.

“Agradecemos à ONU, OEA, União Europeia, aos Estados Unidos, Brasil, Colômbia, Chile, México, Argentina, Espanha, Itália, Portugal, Peru, Costa Rica, El Salvador, Uruguai, Equador, Panamá, Guatemala, República Dominicana e Paraguai, por insistirem no respeito à vontade dos venezuelanos expressada em 28 de julho, solicitando a publicação por tabela das atas de votação por parte do CNE, conforme estabelecido em nosso ordenamento jurídico e no comunicado publicado pelo Centro Carter, observador internacional convidado pelo CNE”, escreveu ele no X, antigo Twitter.

“A comunidade internacional e os venezuelanos pedem respeito aos resultados e transparência eleitoral com a publicação de todas as atas. A verdade é o caminho para a paz”, concluiu.

Posicionamento de Lula

A declaração ocorre um dia após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se pronunciar pela primeira vez sobre a situação na Venezuela. Em entrevista à TV Centro América, afiliada da Rede Globo, o petista disse que há nada “grave” no processo eleitoral venezuelano e que “é normal que tenha uma briga”. Mas cobrou que o governo de Maduro apresente as atas.

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“Como resolve essa briga? Apresenta a ata. Se a ata tiver dúvida entre a oposição e a situação, a oposição entra com um recurso e vai esperar na Justiça o processo. E vai ter uma decisão, que a gente tem que acatar. Eu estou convencido que é um processo normal, tranquilo”, afirmou Lula.

“Na hora que tiver apresentado as atas, e for consagrado que a ata é verdadeira, todos nós temos a obrigação de reconhecer o resultado eleitoral da Venezuela”, acrescentou.

Resultado contestado

Na madrugada desta segunda, o CNE, órgão federal controlado pela ditadura, apontou vitória de Maduro com 51% dos votos, contra 44% do candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, que substituiu María Corina Machado após sua candidatura ser inabilitada. Em contraste, levantamentos de boca de urna sugeriram que o rival de Maduro teria vencido o pleito com 70% de apoio, contra apenas 30% do líder bolivariano.

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A oposição, por sua vez, alega que González teria recebido 73% dos votos, enquanto Maduro teria arrematado menos de 30%. O principal ponto de questionamento da oposição e da comunidade internacional é que o regime não divulgou os resultados na totalidade, sem a publicação das atas das zonas eleitorais – relatórios que reúnem informações de cada centro eleitoral. Por isso, o adversário do líder venezuelano, apoiado por parte da comunidade internacional, demandam que os documentos sejam tornados públicos.

Na véspera, González e a líder da oposição, María Corina Machado, participaram de um ato contra o resultado do pleito. Em uma publicação no X sobre o protesto, Machado rebateu a proclamada reeleição de Maduro e escreveu: “Dissemos a eles que íamos ganhar e cobrar; temos cada uma das atas e isso é uma prova irrefutável de que ganhamos e Edmundo González é o novo presidente eleito”.

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