Uma russa de 29 anos que morava em Washington foi presa e acusada de conspiração por agir como uma agente do governo da Rússia enquanto desenvolvia laços com cidadãos americanos e se infiltrava em grupos políticos, informou o Departamento de Justiça dos Estados Unidos nesta segunda-feira, 16.
Maria Butina é acusada de atuar sob direção de uma autoridade de alto escalão que trabalhava para o Banco Central russo que recentemente sofreu sanções do Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros do Tesouro dos Estados Unidos, informou o Departamento de Justiça em comunicado.
Os registros do tribunal não nomeavam a autoridade. No entanto, ela é vista em diversas fotografias em sua página no Facebook com Alexander Torshin, vice-chefe do Banco Central russo. Uma pessoa familiar à questão confirmou à agência Reuters que ela trabalhava para ele.
Torshin foi alvo de sanções do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos em abril.
Maria Butina foi presa no domingo, 15, e a Justiça determinou que ela permaneça detida ao menos até a realização de uma audiência, marcada para quarta-feira, 18, de acordo com o comunicado. Ela estudou na Universidade Americana, em Washington, e é uma das fundadoras da organização russa pró-direito de uso de armas Right to Bear Arms.
A queixa foi tornada pública no mesmo dia em que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se encontrou com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, em uma cúpula em Helsinque, capital da Finlândia, na qual Trump se recusou a culpar o líder russo por interferência na eleição presidencial americana de 2016.
Antes da cúpula, Trump também usou o Twitter para criticar a investigação do procurador especial Robert Mueller sobre um possível complô entre a campanha de Trump e a Rússia, chamando a investigação de “caça às bruxas manipulada”.
A investigação sobre os esforços de Maria Butina para influenciar políticos americanos foi supervisionada pela Divisão de Segurança Nacional do Departamento de Justiça, e não pelo escritório de Mueller.
De acordo com a queixa, ela trabalhou com dois cidadãos americanos não nomeados e com a autoridade russa para tentar influenciar políticos americanos e se infiltrar em uma organização pró-direito de uso de armas.
A queixa não nomeia o grupo. No entanto, fotografias em sua página no Facebook mostram que ela participou de eventos patrocinados pela Associação Nacional do Rifle (NRA, na sigla em inglês), o mais poderoso grupo pró-armas dos EUA.
(Com Reuters)