A Rússia capturou nesta quarta-feira, 2, a importante cidade de Vuhledar, no leste da Ucrânia , encerrando meses de resistência das tropas de Kiev. A cidade resistiu a ataques intensos desde a invasão em grande escala de Moscou, em 2022, mas o avanço das forças russas evidencia a sua vasta superioridade em homens e materiais em relação à Ucrânia, que pede ainda mais suporte aos aliados ocidentais para continuar seus esforços na guerra.
O exército ucraniano confirmou que retirou suas tropas de Vuhledar, uma cidade construída ao redor de uma mina de carvão. O comando militar de Kiev disse a decisão de retirada foi tomada “para salvar pessoal e equipamento militar”.
Embora não seja um centro de transporte e logística como Pokrovsk, a cerca de 50 quilômetros de distância, Vuhledar era fortemente fortificada e vista como um bastião crucial na intersecção das frentes leste e sul da Ucrânia.
Imagens publicadas nas redes sociais mostram soldados agitando a bandeira da Rússia sobre as ruínas da prefeitura da cidade devastada, cuja população caiu de cerca de 14.000 habitantes antes da guerra para pouco mais de cem pessoas.
A perda do território se dá junto ao retorno do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, de uma reunião com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Durante a viagem, Biden anunciou um novo pacote de ajuda militar à Ucrânia, elevando o total em assistência desde o início da guerra mais de US$ 56,2 bilhões.
No final de setembro, Zelensky disse que a guerra está “mais perto do fim” do que muitos pensam e pediu que seus aliados ocidentais “fortaleçam” o Exército de seu país. Durante entrevista à rede americana ABC News, Zelensky afirmou que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, está “com medo” da incursão ucraniana na região de Kursk, que forçou mais de 131 mil civis a deixarem suas casas nas áreas de maior risco, de acordo com o Kremlin.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, por sua vez, afirmou na terça-feira que o conflito só terminaria quando a Rússia alcançasse seus objetivos.