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Rússia, China e Irã podem influenciar eleição dos EUA, diz autoridade

Chefe da contrainteligência dos EUA, William Evanina, citou métodos de desinformação na internet para enfraquecer a confiança no processo democrático

Por Da Redação 7 ago 2020, 18h35

O chefe da contrainteligência dos Estados Unidos alertou nesta sexta-feira, 7, que Rússia, China e Irã podem tentar interferir na eleição presidencial americana deste ano, marcada para 3 de novembro. Em uma incomum declaração pública, William Evanina disse que estes países estão usando métodos de desinformação na internet e outras ferramentas para influenciar os eleitores americanos e enfraquecer a confiança no processo democrático. 

Agentes externos também podem tentar interferir no sistema eleitoral americano para tentar sabotar o processo de votação, a partir do roubo de dados, disse o diretor do Centro Nacional de Contrainteligência e Segurança dos Estados Unidos (NCSC). No entanto, Evanina insistiu que “será difícil para nossos adversários interferirem ou manipularem os resultados da eleição em grande escala”. 

Diversas análises das agências de inteligência dos EUA concluíram que a Rússia teve intenção de impulsionar a campanha do agora presidente Donald Trump em 2016, atacando a candidata democrata Hillary Clinton. A Rússia nega. 

Nesta sexta-feira, Evanina alertou que a Rússia agora pode tentar enfraquecer a campanha de outro democrata: o ex-vice-presidente Joe Biden. Segundo a pesquisa mais recente da ABC News/The Washington Post, Biden está 15 pontos na frente de Trump entre eleitores registrados.

O chefe da contrainteligência americana disse que Andriy Derkach, um político ucraniano pró-Rússia, tem “espalhado afirmações sobre corrupção – incluindo através de ligações telefônicas vazadas que foram divulgadas” para minar a campanha de Biden e o Partido Democrata como um todo. poiadores de Trump no Senado americano abriram investigações sobre o envolvimento do filho de Biden, Hunter, em possíveis atividades comerciais na Ucrânia. Evanina também disse que “atores ligados ao Kremlin” também estão tentando “impulsionar a candidatura do presidente Trump através das redes sociais e da TV russa”.

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“A Rússia está usando uma série de medidas para difamar o ex-vice-presidente Biden e o que considera um ‘establishment’ anti-russo”, explicou. “Isso é consistente com as críticas públicas que Moscou fez a ele quando era vice-presidente por seu papel nas políticas em relação à Ucrânia durante o governo Obama e seu apoio à oposição anti-Putin na Rússia”, disse. Ele não entrou em detalhes sobre a interferência externa.

Segundo ele, o NCSC avaliou que a China prefere que Trump não seja reeleito, já que o presidente é visto por Pequim como imprevisível. Para isso, o governo chinês está expandindo esforços para pressionar políticos americanos.

“A China vem expandindo seus esforços de influência antes de novembro de 2020 para delinear o ambiente político nos Estados Unidos, pressionando figuras políticas que considera opostas aos interesses da China, e desviando as críticas à China”, afirmou. “Pequim reconhece que todos esses esforços podem afetar a campanha presidencial”.

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O Irã, por sua vez, pode usar táticas digitais, como desinformação, para desacreditar instituições americanas e o presidente Trump, influenciando o descontentamento entre alguns eleitores americanos. 

Os líderes do Comitê de Inteligência do Senado, o republicano Marco Rubio e o democrata Mark Warner, agradeceram Evanina pelo alerta em um comunicado e acrescentaram que todos os cidadãos “devem se esforçar para impedir que atores de fora sejam capazes de interferir em nossas eleições, influenciar nossas políticas e danificar a confiança em nossas instituições democráticas”. 

 

(Com Reuters e AFP)

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